quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Por que os crentes faltam às aulas da EBD? Leia e saiba.

Sim. Eu conceituo a EBD [Escola Bíblica Dominical] como sendo um lugar de crescer em sabedoria, graça e conhecimento. Contudo, me pergunto: Até quando? Tristemente eu me pergunto. Até quando os cristãos virarão suas costas à EBD? Somos um país evangelicalizado e assim, temos um arraial mui grande de crentes que tem por costume freqüentar os cultos, em maior volume numérico, aos domingos. Se é verdade que amamos tanto a Palavra de Deus e assim cremos que ela é, porque faltamos tanto aos cultos de ensino? Por que lemos tão pouco a Bíblia? Sem dizer os livros teológicos, a saber, os comentários bíblicos. Erramos em não conhecer a Deus e ao seu poder [Mt 22.29]. Sempre digo que no culto evangelístico as pessoas recebem no coração a boa semente do Evangelho, se convertem ou são convertidas, contudo, na EBD, essas sementes nascem, crescem e criam raízes espirituais profundas.

Comumente todas as Igrejas protestantes, sejam elas históricas/tradicionais, pentecostais ou neo-pentecostais, tem EBD aos domingos pela manhã e cultos evangelísticos à noite, porém, cerca de 20 a 30% da membresia frequenta a EBD, inclusive, muitos obreiros também faltam e não dão o devido valor. Há casos até em que a presença das crianças supera a presença dos adultos! É um descaso total dos membros. Por outro lado, a liderança ignora esse fato e nada faz eficientemente para reverter o quadro. Penso que este estado frio pode ser mudado.

Ainda creio que a solução virá, embora seja preciso mudar a visão administrativa, i.é, mudar a visão da liderança a respeito da importância do ensino em questão. Eis o que sugiro:

a) Investir em salas de aula compatível: nossas salas são inadequadas, não atraem, as cadeiras são antigas e sujas. Algumas ainda usam quadro de gis, reto-projetor, etc.

b) Qualificar, potencializar as aulas: aqui penso em conteúdo de qualidade, de tal forma que o aluno sinta-se arrebatado, apaixonado pelo conhecimento oferecido na EBD. Ainda há muito empirismo. O ensino bíblico/teológico da EBD precisa ser prático e relevante. É por isso que esse imenso arraial de cristãos que temos não consegue mudar comportamentos de nosso país. Resumindo: o sal está muito faco.

c) Investir numa dose equilibrada de marketing à EBD: Se quisermos ter em nossas igrejas cristãos espiritualmente enraizados e convictos, teremos primeiro que investir pesado na EBD. Note-se que é comum se dizer: "a EBD é a maior escola de ensino teológico a nível de mundo", contudo, nem mesmo 50% dos próprios membros da igreja a frequemtam. Algo está errado. Jesus atraía a multidão para si, melhor, atraía a multidão pelo ensino, no poder e autoidade de suas palavras. João Batista também. Paulo, ídem. E nós? Pensemos nisso. Soli Deo Gloria.

Profº Netto, F.A.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

O Derramamento do Espírito Santo no Pentecostes – Lição 3

INTRODUÇÃO
As Igrejas históricas ou tradicionais vêem o derramamento do Espírito Santo no Pentecostes como um mero acontecimento histórico. E se isso não bastasse ainda negam as implicações e as evidências deste importante acontecimento bíblico, como não valendo para nossos dias. É o argumento Cessacionista, i.é, o batismo com o Espírito Santo, o falar em línguas estranhas e os outros dons, como exemplo o dom de profetizar, foram apenas na igreja primitiva. Isto tudo é muito sério porque temos uma igreja fraca em termos de fé bíblica, atesta que a bíblia é a sua base, porém, nega o que nela está contido. Por exemplo, dentre as igrejas históricas brasileiras, uma delas somente admitiu e ensinou sobre o Espírito Santo como parte da trindade e suas implicações, a partir da década de 1970. Será que as promessas no AT e/ou no NT, especialmente feitas por Jesus Cristo não valem para essas igrejas?

I – O BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO
Em curtas palavras é o revestimento de poder espiritual que habilita o crente a ser mártir pela causa do Evangelho [At 1.8], com testemunho e vida sacrificial.

Sobre a evidência no falar em línguas [Mc 16.17; At 2.8-11; At 8.15-17; At 10.44-46; At 19.3-7; 1Co 12.10,30; 2Co 13.8; 2Co 14], não tem como ignorar, está na Bíblia e Paulo relata isto, o falar em línguas, no pós Pentecostes. Será que os Cessacionistas rasgam esta parte da Bíblia deles? É inegável, se negamos, certamente somos heréticos e para mim basta.

II – FUNDAMENTOS DO BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO
Moisés – particularmente não concordo em vincular Nm 11.24-29 à promessa do Pentecostes, conforme o nobre comentarista Claudionor de Andrade assim o fez. O verso 29 expressa um desejo de Moisés para com todo o povo. Abraão, Samuel, Davi, Saul e tantos outros profetizaram e isto não implica em promessa de derramamento do Espírito Santo.

Isaías – Is 44.3 diz “...derramarei o meu Espírito sobre a tua posteridade, e a minha bênção sobre os teus descendentes”. Aqui é inegável a promessa. Alguém pode até ponderar em afirmar que a promessa era para os judeus, e daí? Cristo também veio para eles e rejeitaram, porém o profeta Joel já expressa “sobre toda a carne”.

Joel – Jl 2.28-32. Os Cessacionistas devem ignorar totalmente esses versos, certamente ficam mudos, não há o que ser dito, não é? Talvez argumentem que isto ocorreu no Pentecostes e eu pergunto: E atos At 10.46 na casa de Cornélio? E At 19.6 em Éfeso com os discípulos de João Batista? E em Corinto 1Co 12 e 1Co 14 quando Paulo põe ordem no culto deles? 

João Batista – Mt 3.11 e passagens correlatas nos sinóticos e em João ratificam a promessa que Cristo viria a fazer posteriormente. Promessa ratificada por Cristo em At 1.5 e lembrada por Pedro em At 11.16 quando orou pelos gentios na casa de Cornélio. Lembrando que Pedro argumentava assim na presença dos apóstolos em Jerusalém o motivo de ter estado na casa de um gentio.

Jesus Cristo – em João 7.38-39 promete o derramar do Espírito Santo aos crentes. Jo 14.16,17,26; Jo 15.26; Jo 16.7-14. Também At 1.5,8 é promessa de Cristo e é inquestionável, uma vez que logo se cumpriu.

III - O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO NA HISTÓRIA DA IGREJA
Este ensino não é uma invenção eclesial, mais é uma promessa feita pelos santos e inspirados homens de Deus, por Jesus Cristo e cumprida no tempo da Igreja primitiva, e, perpetuada até nossos dias. A história registra por exemplo Agostinho [354-430 d.C], Lutero, John Wesley, Charles Finney e outros mencionando sobre esta ação divina. Há um dito: “Contra fatos não há argumentos” e a começar da Bíblia a história registra muitos outros episódios semelhantes.

IV – OS OBJETIVOS DO BATISMO NO ESPÍRITO SANTO
Fala-se de plenitude espiritual ao ser batizado com o Espírito Santo e sendo bem direto aqui, devemos enxergar e entender os objetivos primeiro nas palavras de Jesus Cristo em At 1.5,8, quando disse do dever de permanecer em Jerusalém para se cumprir sobre eles a promessa. Atos 1.8 é muito claro: “recebereis poder...” e noutra versão: “recebereis virtude...”. Poder aqui vem do original grego dínamo, quer dizer, poder sobrenatural. Ainda no mesmo verso diz: “e ser-me-eis testemunhas...”. Testemunha no grego é martyria que significa literalmente morrer, dar a vida por uma causa. Compensa observar que no ato do Pentecostes há uma mensagem universal, uma vez que todos os presentes receberam a mensagem da salvação em Cristo Jesus. O apóstolo Paulo que não estava no Pentecostes, logo em suas cartas vem coordenar e ensinar acerca da disposição dos dons sem confusão à igreja.

CONCLUSÃO
O revestimento do Espírito Santo é para todos os santos que crêem, foi para os que estavam em Jerusalém, Samaria, Cesareia, para mim e todos a quem Deus chamar. Soli Deo Gloria.

Profº Netto, F.A.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Superdicas para professores de EBD: Síndrome da holofotite, cuidado!

Como são ricos os exemplos bíblicos acerca da não exaltação. Jesus Cristo em muitos de seus milagres advertiu a que não se divulgasse, não anunciasse partir dEle as curas e o sobrenatural [Mt 8.4; Mt 17.9]. Quando multiplicou os pães e peixes não tocou trombeta. De Jesus Cristo também é o ensino da bem-aventurança do simples e do humilde [Mt 5.3,5,8; Mt 11.29].  Ele mais serviu do que foi servido [Mt 20.28]. João Batista primeiro negou ser o Cristo [Jo 1.15,20], segundo disse não ser digno de desatar e levar consigo as sandálias [Jo 1.27; Mt 3.11; Lc 3.16] e terceiro afirmou de forma emblemática: “Importa que Ele cresça e que eu diminua” [Jo 3.30]. Pedro rejeita adoração do centurião Cornélio quando este se prostra reverentemente [At 10.25-26]. O apóstolo Paulo e Barnabé na sua primeira viagem missionária em Listra curaram pela fé em nome de Jesus a um Coxo de nascença, pelo que os confundiram com deuses pagãos e quiseram sacrificar em sua adoração, Paulo e Barnabé impediram a multidão de o fazerem [At 14.1-18]. O mesmo Paulo afirma: “Para mim o viver é Cristo...[Fp 1.21].

Será que estes ensinos não servem para hoje e não ensina aos proclamadores do Evangelho, os imitadores de Cristo. É certo que sim. Vivemos um grande mal em nossos dias, que é a síndrome da holofotite aguda, o vício pelos holofotes. Os homens não se contentaram com o título de Pastor, intitularam-se Apóstolo, Bispo e outros tantos. Daqui a pouco intitular-se-ão de Anjo, Querubim, Serafim e/ou quem sabe deus!  Jesus Cristo, sendo Deus, se humilhou encarnando-se homem e o homem se exalta a tal ponto de querer ser visto como um deus. Este é o grande mal: autoexaltação, autoproclamação, overdose de marketing pessoal.  Me pergunto,  até quando Senhor?

Convém eu você nos autoexaminar e ver se este mal não nos atingiu. Nós os ensinadores de EBD sabemos que quanto mais sabedoria, mais sapiência seremos humildes e simples na mesma proporção. Que os ensinadores/mestres imitem a Cristo na sua ética. Soli Deo Gloria.

Profº Netto, F.A.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Superdicas para professores de EBD: Arquitete suas metas.

Chegamos ao final de 2010 e graças a Deus convictos de termos alcançado nossas metas ou parte delas, e isto denota que houve esforço pleno e irrestrito para se alcançar êxito nesta missão. Muitos certamente se sentem realizados, outros parcialmente culpados e ainda uns outros que se sentem amargamente frustrados. Estes últimos mediram os seus esforços, preferiram o conforto, e, não quiseram pagar o devido preço como fizeram os que se consideram realizados no ano que passou.

Feita a retrospectiva 2010, iniciamos logo 2011 já arquitetando, projetando novas metas a serem alcançadas, o que é muito importante. Uns questionam: mais já? Não estamos de férias? Respondo que sim. Porém, algumas pessoas se exigem, se cobram mais. Tem maior esmero e são desafiadas por si mesmas. Ano passado meu alvo de leitura era de 3000 páginas, este ano será de 5000. São alvos pequenos, porém, significativos e muito desafiadores. Para este ano minha prioridade será, na sequência: leitura, potencilizar/melhorar em qualidade as minhas aulas, pregar mais e investir um pouco mais no social para a minha família.

Sei que todos os ensinadores/mestres/professores querem em janeiro um merecido descanso, o que é muito justo. Eu porém, aproveito essas férias para ler um pouco, melhorar o conteúdo de minhas apostilas, acertar algumas agendas, arquitetar as novas metas para 2011, etc. Evidentemente, tudo isto sem imposição, afinal estou de férias! Julgo assim que projetar, arquitetar metas é muito importante para me manter aceso, ligado. A todos, feliz 2011 e que Deus nos guie ao triunfo.

Profº Netto, F.A.

sábado, 1 de janeiro de 2011

Atos - A Ação do Espírito Santo Através da Igreja - Lição 1

INTRODUÇÃO
O ano de 2010 passou velozmente e na EBD, principal veículo de ensino da Igreja, encerramos mais um trimestre e para o próximo trimestre as lições terão base no livro de Atos dos Apóstolos. Estudar este livro é um presente de Deus. A oportunidade nos foi dada para entender a profundidade teológica do Pentecostes e suas implicações, aprender sobre o legado da Igreja primitiva, o avanço da Igreja, os milagres, os personagens, os problemas mais comuns anotados no serviço sagrado, etc. Tenho fé que aprenderemos muito mais do que está proposto na revista.

I - AUTORIA, DATA E TEMA
Sobre a autoria, não temos um registro direto dizendo quem o seja. Atos 1.1-3 se assemelha a Lc 1.1-2, e, da mesma humildade e forma modesta de que Lucas usou no seu primeiro tratado [Lucas], assim o fez em Atos, não se evidenciando [At 16.40; At 20.5-15; At 21.1-18; At 27.1-16; 28.1-16].  Compensa ler Cl 4.14; Fl 24.

A data da escrita não pode ser posterior a 63, isto basicamente porque em 64 até a ano 70 houve ataques e invasões em Jerusalém culminando com uma destruíção de parte da cidade antiga, destruíção do grande templo, matança de judeus e também muitos cativos sendo levados à Roma. Também pela morte do Apóstolo Paulo, que estava preso em Roma, e, sendo este tão importante evangelista e instrumento nas mãos de Deus no avanço da Evangelho nos confins da terra, deveria Lucas então registrar a sua morte. Porém, estes fatos não se acham no livro de Atos justamente porque se deram posterior ao ano 63, assim como a história nos diz. Logo, temos que Atos dos Apóstolos foi escrito antes de 63 d.C.

Quanto ao tema não podemos somente dizer que se centraliza na expansão triunfal do Evangelho. Temos que dar especial atenção no estabelecimento e desenvolvimento da Igreja, descida  do Espírito Santo, consagração dos obreiros/diáconos, as objeções contrárias ao serviço santo, os milagres, serviço missionário, etc.

II - O CONTEÚDO DE ATOS DOS APÓSTOLOS
Aqui, no conteúdo deste livro, é onde de fato veremos se o ensinador/mestre se preparou, estudou, aprofundou-se no texto, contexto, teologia e prática desta importante porção bíblica.

Os eventos pré-pentecostais, englobam também a grande comissão registrada nos evangelhos, especialmente Mt 28.18-20; Mc 16.15-20; Lc 24.49-53. A advertência do próprio Cristo em permanecer em Jerusalém. A subida de Cristo ao céu é algo extraordinário, a nada comparável, pois nos faz pensar em como seremos elevados aos céus. A escolha de Matias dá mostra já da ação do Espírito, apesar dEle não ter ainda descido em cumprimento de ato profético e/ou promessa de Cristo.

Sobre evento pentecostal não nos limitemos a olhar apenas para o Pentecostes. Em destaque temos o Pentecostes e suas implicações, a começar sabe-se que se deu em cumprimento profético [Is 32.15; Jl 2.28-32] mais também pelo que Jesus Cristo também prometeu [Jo 7.38-39; Jo 14.16-17,26-29; Jo 15.26-27; Jo 16.7-11,13-14; Jo 20.21-22]. Lembrando que não se considera outro pentecostes o que nos é narrado na casa de Cornélio [At 10], especialmente nos versos 44 a 46. De igual modo também não se confunde o pentecostes com o batismo narrado em At 19.1-7 onde os discípulos de João Batista foram cheios do Espírito Santo, falavam em linguas e profetizavam.

Os eventos missionários é algo singular e de muita relevência em Atos, a começar na própria Jerusalém, pois lá testemunharam de Cristo, a Igreja cresceu e muitas almas que até então não haviam crido, passaram a crer. Antes da conversão e Saulo, note-se o evangelista Filipe [At 8; At 21] a quem comparo sua obra evangelística com a de Paulo. E evidentemente, através de Paulo, as missões aos gentios, isto é, parte dos confins da terra habitada naquele tempo.

III - O PROPÓSITO DE ATOS DOS APÓSTOLOS
O verso que reflete este tema com grande força é At 1.8. Fala de receber poder, para testemunhar de Cristo num ambiente totalmente expansivo. Claro que primeiro temos a origem da Igreja máter e seu formato original, descida do Espírito à Igreja, expansão maciça do evangelho e oposição total do inimigo em todos os tempos. 

A narrativa do avanço da Igreja, sua expansão não pode ser vista apenas com um olhar histórico, pois houve muito labor, suor, lágrimas e sangue. Vidas foram ceifadas, mártires foram tombados, e, como disse Tertuliano: "O sangue dos mártires era a semente do evangelho...". Um preço foi e deve ser pago no evangelismo.

Estes registros, narrativas todas muito edifica a Igreja, fortalece e nos leva a depender efetivamente da ação do Espírito Santo na Seara santa, cumprimento do ministério e zelo vocacional. A marca deixada pelos antigos: compromisso com a missão e amor/paixão pela vocação, não deve ser esquecida.

CONCLUSÃO
Atos dos Apóstolos é uma fonte riquíssima da ação de Deus sobre o mundo. Estou certo, convicto que aprenderei muito através destas lições. Soli Deo Gloria.

Profº Netto, F.A.

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