sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

A Prosperidade em o Novo Testamento – Lição 4

INTRODUÇÃO
Como nos apequenamos quando somos submetidos ao crivo do entendimento teológico sobre valores! Especialmente os materiais. Textos? Muitos. E será que não os conhecemos? Decerto que sim, os conhecemos. Veja, vou citar 3 que me vem a mente agora:

1 - 2Co 8.9: “... nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, por amor de vós se fez pobre, para que pela sua pobreza enriquecêsseis”;
2 – Mt 6.19-21: “Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam; Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam. Porque, onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração”;
3 – At 3.6: “Não tenho prata nem ouro; mas o que tenho isso te dou. Em nome de Jesus Cristo, o nazareno, levanta-te e anda”.

Tudo isto sem falar que Jesus Cristo interpela o jovem rico em detrimento de suas ações [Mc 10], Paulo ensina que dar é melhor que receber [At 20.35] etc. Entendo que a prosperidade de que trata o NT é não somente a material, mas principalmente a salvação e suas implicações, como por exemplo as conseqüências, os atos deste salvo devem refletir uma profunda piedade e reconhecimento de ser nova criatura.

I. A PROSPERIDADE NO NOVO TESTAMENTO É ESCATOLÓGICA
Em Prosperidade e Consumo, o NT emblematiza o termo mamom [מָמוֹן], do original aramaico com um significado mais claro de dinheiro. Contudo, a implicação aqui neste termo, principalmente em Mt 6.19-24 e 1Tm 6.10 é:

1. Não personificar e adorar como divindade e ou objeto de culto;
2. Não cobiçá-lo ardentemente;
3. Não tê-lo como objeto de torpe ganância etc.

A avidez e a busca incessante pela riqueza, cega o homem, o deixa entorpecido de tal maneira que o impede de ver as coisas espirituais e de se aproximar de Deus. É como controle pleno, uma anestesia geral, um como consciente [...]

Sobre a Prosperidade e Futuridade, não somos do  ensino contrário a quem prospera financeiramente, mais sou contra vive em função de si, contra quem centraliza de forma egoísta todas as suas forças, entendimento e coração em acumular e multiplicar para si seus bens materiais. Deus fica aqui em segundo plano, como coadjuvante. Isto não é salutar. As pessoas pensam ou desejam cada vez menos na volta de Cristo. Porque será? Será que é falha dos pregadores e dos ensinadores de EBD? Sim. Estamos falhando. Me dói admitir este pecado. Ensinamos cada vez menos isto, porém, a Bíblia não falha. Veja alguns versos: 1Co 15 [ressurreição]; 1Ts 4.17 [arrebatamento]; At 3.19 [alívio na alma, tempos de refrigério], etc.

II. A PROSPERIDADE NO NT É MAIS UMA QUESTÃO DE SER DO QUE DE TER
Sobre ter Tesouros na terra, afirmo que é certo que a Bíblia ensina que o amor a mamom [מָמוֹן], i.é, ao dinheiro é a raiz de todos os males [1Tm 6.10]. Porém, convém esclarecer de uma vez que a riqueza não é problema, ela não é má em si, logo, não somos contra os ricos, pelo contrário queremos que se rendam a Cristo e alcancem a riqueza da Salvação. O mal está em:

1. Ter o dinheiro como um deus [Mt 6.24];
2. Ser escravo do dinheiro;
3. Dar a vida ao dinheiro e perder a alma [Mt 16.26];
4. Apostatar da fé pelo dinheiro [Tg 5.3] etc.

Observe bem que procurei embasar este comentário apenas nos textos do NT, isto para não fugir do tema. Os tesouros da terra são para a terra, eles não compram as coisas do céu, pelo contrário, servimos a Deus com nossas finanças e não somos escravos do dinheiro.

III. A PROSPERIDADE EM O NOVO TESTAMENTO É FILANTRÓPICA
Uma igreja com diferentes classes sociais não significa que terá tratamento diferenciado, e, embora sendo a Igreja heterogênea tem unidade na fé e no cultuar e no jeito de ser. As diferenças sociais, sexo, raças, qualificações e dons individuais somente contribuem à união do corpo de Cristo [At 4.32; 6.7]. A evidência aqui está sobre a comunhão, intimidade e participação de cada um no serviço sagrado, direta ou indiretamente. Jesus Cristo não escolheu somente os ricos ou somente os pobres para ensiná-los, ensinou a todos, primeiro aos judeus depois aos gentios.

Não esquecer dos pobres? Será que realmente a Igreja se lembra deles cotidianamente? Não estou vendo as filas dos pobres em frente à Igreja para se servirem de comida, vestuário e calçados [...] Não estou vendo um gabinete pastoral para atender os que não podem pagar psicólogos [...] Não estou vendo na Igreja uma farmácia para doar remédios aos que não podem comprar [...] Os Institutos e escolas, creches de cunho teológico não liberam bolsas para os pobres, mas tem que pagar [...] Também os que são consagrados como obreiros são na sua maioria os ricos [...] Será que realmente não estamos esquecendo os pobres?

CONCLUSÃO
Deus é bom e paciente. Não basta sermos bons despenseiros e mordomos, mas é preciso investir no reino celeste. A começar ajudando mais os pobres, visitando os doentes [Tg 1.27], viúvas, investindo mais nos missionários [Lc 8.3]. Resumindo a lição a prosperidade no NT, [...] submeter o material às riquezas espirituais, com ações de um salvo. As riquezas terrenas só servem aqui. As espirituais são eternas. Soli Deo Gloria.

Profº Francisco Netto

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Os Frutos da Obediência na Vida de Israel – Lição 3

INTRODUÇÃO
A obediência, do latim obedire (obedecer) é uma das virtudes e um comportamento pelo qual um ser aceita e se cumpre ordens de outro. Na essência, provoca uma profunda atitude interna de resposta. Obedecer é não divergir. Daqui se depreende que a prosperidade é o resultado da obediência irrestrita aos preceitos contidos na Palavra de Deus!

I. OBEDIÊNCIA, UM FIRME FUNDAMENTO
As Promessas, as Profecias e todo arcabouço teórico-prático dados por Deus na Palavra estão todas condicionadas à obediência como fundamento principal. Isto é inquestionável no ponto de vista teológico.

As pessoas não querem mais os sermões vindos de Dt 11.29; Dt 29.1; Ap 21.7 etc. No entanto, as alianças são para que haja zelo de ambas as partes e o homem não se isenta aqui. Nós não gostamos quando somos desafiados ou confrontados à obediência.

Quanto as reais motivações, Deus sabia do fracasso e imperfeição, apostasia/rebeldia deliberada do homem para com Deus. Amar e obedecer a Deus sobre todas as coisas era e sempre será o mandamento maior, para tanto, precisa de fé, amor e guarda de mandamentos [Ex 15.26; 19.5; Lv 26.14; Dt 28.1].

II. DESOBEDIÊNCIA, A CAUSA DA MALDIÇÃO
O Concerto sinaítico de Deus com os israelitas é posto sob 2 aspectos:
1.Deus estabelece promessas/compromisso; 2.Israel os aceita ou não. A pergunta é: o que tem a ver entre o Sinai e a Babilônia? Simples. Um é o lugar da promessa e o outro é o lugar onde foram os que não cumpriram o concerto firmado. Israel desobedeceu, por isso foi ao cativeiro. O profeta Jeremias, foi claro: “Andai em todo o caminho que eu vos ordeno, para que vos vá bem” [Jr 7.23], não foi ouvido. A voga aqui é a prosperidade espiritual ou a sua ausência.
A idolatria remonta aos tempos patriarcais, contudo, enraizada no DNA espiritual dos israelitas. A mulher de Jacó [Gn 31.19], no ensino mosaico [Lv 19.4; Dt 29.17], nos tempos do rei Josias [2Rs 23.24]... É uma desgraça e abominação, rebeldia deliberada e flagrante contra Deus. Sempre houve e hoje não é diferente de ontem [Mt 22.37].

III. A OBEDIÊNCIA E SUAS LIÇÕES
É óbvio que nas palavras divinas existem promessas e estão todas ancoradas nos preceitos imutáveis de Deus. Condições claras, bem definidas e ensinadas por todos: Profetas, Jesus Cristo, Apóstolos, Paulo e Sacerdotes Eclesiais de nossos dias. Nenhum deles fogem da regra perpétua inspirada e trazida a nós. Acontece que alguns, não poucos, estão adocicando este Evangelho, tornando fácil e cheio de promessas sem compromisso e sem condições. Deus não mostra as delícias do céu, sem antes mostrar-lhe o sacrifício.

Concordo que a benção protege os obedientes, porque na esperança de alcançá-la, não pecam e se pecam, recebem perdão, logo, lavados estão no sangue sacrificial do Cordeiro, Cristo.

CONCLUSÃO
Importa ensinar a não ser negligente. Os sermões/ministrações sobre promessas são muitos se comparados com os de obediência. E importa obedecer para os que anseiam prosperar espiritualmente. Amar a Deus e ao próximo, a Palavra, a Igreja, ao Espírito Santo e a Cristo implica em obedecer, isto é, guardar mandamentos [Jo 14.15,21,23,24; 1Jo 3.18]. Soli Deo Gloria.

Profº Francisco Netto

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Lutero e a Prosperidade [...]

Estou estudando acuradamente este tema sob o ponto de vista de nobres personagens e pensantes destacados, dentre eles C.S Lewis, Sócrates e Martin Luther. Fiquei sobremodo estarrecido e assustado. Sim, assustado, mas estarrecido, especialmente quando me deparei com o ponto de vista racional de Luther, que é muito singular e significativo, sobretudo, marcante, diria até brilhante como o sol do meio dia. Traço aqui uma linha comparativa da visão lutherana com as multifacetadas matizes hodiernas.

Como somos mesquinhas. Como somos pequenos e ridículos quanto à esforços tangíveis e pessoais para saber gastar nossos valores [...]

Como somos vazios em conhecimento do valor comparativo entre o material e o espiritual. Muitos ainda pensam que conseguem comprar o espiritual com o material... Muitos, muitos estão tropeçando dolosamente nesta  pedra [...]

Martin Luther obteve uma matiz mais rica, preciosa e divisora no seu tempo, que ora esquecida secularmente, precisa ser ressuscitada para que haja uma reforma de nossos conceitos acerca de como obter e usar e valorar nossos bens materiais [...]

O capitalismo arrebatou a Igreja ou foi a Igreja que arrebatou o capitalismo? Fato é que Luthero combateu frente a frente as indulgências e suas motivações. O engano, o ensino errado, a prosperidade vinculada a algo secundário, o preço da saída do purgatório, moedas tilintando nos cofres da igreja [...] Será que não estamos sendo comprados, enganados e cauterizados nas nossas consciências?

Os pobres, ah os pobres. Disse Jesus que sempre existirão, porém, o que não devem ser é enganados. No tempo de Luthero ser pobre e humilde implicava em mérito e ser rico  se obtinha mérito ao contribuir generosamente à igreja e aos necessitados, o que não é nada diferente hoje. O que já foi combatido no passado, hoje persiste de uma forma mais sutil. Os tempos passam e os pecados mais hediondos somente se aperfeiçoam.

M. Luther reformou com sucesso uma geração e nós devemos olhar para o passado, concertar nosos conceitos e obter e uma matiz pura de valores para assim não sermos enganados hoje e amanhã.

A concepção lutheriana sob o material é radical. Radical, porém brilhante e tão necessária, relevante para os nossos dias, cristãos, igrejas e para o nosso mundo evangelicalizado.  Soli Deo Gloria.

Profº Francisco Netto

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

A Prosperidade no Antigo Testamento - Lição 2


INTRODUÇÃO
O que é ser próspero? Possuir bens materiais, fama, projeção... tudo isso aos olhos humanos é ser próspero. Contudo, teologicamente falando, nota-se outras nuanças.

A Palavra de Deus, a Bíblia Sagrada, nos responde a este importante tema, especialmente no AT, também no NT, porém, com maior ênfase no AT. Resumidamente, o Antigo Pácto está condicionado à obediência e à intimidade com Deus. 

I - RIQUEZA E POBREZA, DOENÇA E CURA NA ANTIGA ALIANÇA
Há aqui uma associação baseada em 3 pontos: solidariedade, espiritualidade e o bem estar físico. É importante dizer que a pobreza não é julgamento divino e a riqueza não sinônimo de ser abençoado, no sentido divino. 

Deuteronômio 15, Atos 5, 2Co 9 e Rute 2, são clássicos bíblicos para se exemplificar a idéia de solidariedade vinculada à prosperidade. É simples. Quem se solidariza com a pobreza do irmão é rico espiritualmente e assim é ou será abençoado.

Os provérbios veterotestamentários [Pv 3; 12; 15; 18; 19; Sl 15] e outros textos no NT apontam para prosperidade espiritual. É por isso que o homem acamado e sem recursos humanos troca tudo o que tem para ter saúde, sossego e paz. 

Jó quando afligido e posteriormente após ser sarado atribuiu ao seu Deus a benesse, dizendo: "Agora sei que o meu Senhor vive". Deus dá e também tira. 

II. A PROSPERIDADE COMO RESULTADO DO TRABALHO E DO FAVOR DE DEUS 
Aqui se entende que qualquer forma de prosperar, enriquecer com origem diferente que não seja via trabalho é estranho ao ensino da Bíblia. O trabalho dignifica, honra e leva o homem a valorizar o seu ganho, utilizando o seu fruto para o fim útil à sua família e manutenção da sua vida.

Um ponto importante a salientar é que nem todo o homem que ajunta para si riqueza material significa ser abençoado por Deus. Os exemplos estão pertinho dos Filhos de Deus: o traficante, o ilícito e até o legal, humanamente falando, que não honra a Deus [...]. O esforço do homem o faz prosperar e honrando a Deus com seus bens, certamente será ainda mais rico.

CONCLUSÃO
O AT é rico neste tema: prosperidade, contudo, vinculado à obediência a Deus, íntima e real, sem mácula. Na prática, hoje, muitos querem barganhar com Deus, dizimando ou ofertando para alcançar favores, inclusive, alguns até ensinam esta doutrina herética. Na teoria, o AT e NT nos ensinam a praticar mordomia, honrar a Deus, e, servir ao pobre com nossos bens, para assim alcançar prosperidade espiritual e material. Soli Deo Gloria.

Profº Francisco Netto

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