sexta-feira, 30 de julho de 2010

A Autenticidade da Profecia - Lição 5

INTRODUÇÃO

O apóstolo Paulo disse: "Toda a Escritura, divinamente inspirada..." - 2Tm 3.16a

Estamos nos dias em que se duvida de tudo à nossa volta, porém, o verdadeiro servo, o fiel filho de Deus não tem do que duvidar, no que concerne às palavras eternas de Salvação. Muitas são as profecias messianicas e nesta lição deve ser evidenciado 2 princípios a cerca da “autenticidade das profecias”: 1. Muitas profecias a cerca do messias já se cumpriram, e, 2. Isto fortalece e enraiza a nossa fé.

I. O DESPREZO DO SENHOR

1. A apresentação do Senhor – Por desconhecimento tem se falado ou se evidenciado muito pouco das profecias que se cumpriram em Cristo. Gn 3.15: é a profecia de que a semente da mulher iria ferir a cabeça da semente da Serpente; Is 7.14: registra que da virgem nasceria o messias e o nome dEle, Emanuel; Is 11.1-4: fala da descendência do messias, da raiz de David e também a unção completa, por isso diz-se dEle “O Ungido” [At 4.26]; Jr 23.5-6 também fala da origem do messias; Sl 22.17-18: prediz de não quebrar os ossos do messias e repartir as suas vestes; Sl 34.20: também fala de não quebrar os ossos; Mq 5.3: fala do lugar onde nasceria o messias. Muitas são as profecias que apresentam ou se cumpriram em Cristo. Isaias 53 se cumpre especialmente na Cruz, porém, na era de Cristo começa a se cumprir no Batismo. Sim! João Batista batizava para arrependimento [cf. Mt 3.2,6,8,11] e foi até por isso que João opunha-se, mas Cristo diz que assim convinha cumprir “toda a justiça”. João tinha pecados, Jesus não. Porém Jesus foi batizado e os pecados da humidade vieram sobre Ele na Cruz, por que a essência de Is 53 se cumpre na Cruz, tendo seu início no Batismo.

2. A mensagem do Senhor – Realmente poucos deram crédito à profecia cumprida, digo, Jesus Cristo. Ele foi rejeitado a começar no nascimento, foi anunciado aos pobres pastores aos invés de reis. Magos estrangeiros vieram vê-lo ao invés de seu povo. Até José teve dificuldade em crer na profecia foi necessário um anjo ser enviado.

Mas aqui o destaque é a mensagem do Senhor ou o Senhor como a mensagem? Algo a destacar também é que Cristo ratificou, deu crédito nas profecias. Na tentação em Mt 4.4,7,10 Cristo diz: “Está escrito” por 3 vezes. Em Lc 24.44 Cristo outra vez ratifica que convinha que se cumprisse tudo o que sobre Ele estava escrito na Lei de Moisés, Salmos e Profetas. Resumindo, Cristo valida, autentica as profecias no sentido pleno. Jesus Cristo ainda profetiza: "Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas, interiormente, são lobos devoradores" [Mt 7.15].

3. A aparência e a rejeição do Senhor – Jo 1.11 é mui triste, pois afirma: “veio para o que era seu, e os seus não o receberam”. Foi Ele rejeitado pela nação, pelos reis, sacerdotes. Até os da sua casa. Até na sua pátria, i.é., sua terra, foi Ele rejeitado [cf. Mt 13.55-57]. Devemos é firmar a nossa fé, não endurecer o coração, zelar pela Salvação para não o rejeitarmos friamente. Pregar a Palavra, doa a quem doer, rejeite quem quiser rejeitar. Nosso papel é: Ide e Pregai, ensinai, fazei discípulos...

A Bíblia sempre nos dirá que somos pecadores e que não se pode negligenciar Salvação.

II. A PAIXÃO E A MORTE DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO

1. O sofrimento sem igual de Jesus - Visto que a ovelha no matadouro sofreria a dor antes da morte, não seria diferente com o Cordeiro Pascal, o "Cordeiro de Deus" que tira pecado do mundo [Jo.129]. Os versos de Is 53 em destaque merecem maior apreciação. Lucas 22.44 fala de uma agonia intensa. Is 53.3,7 falam respectivamente de "homens de dores" e "oprimido", agora observe alguns versos:

a.Mt 26.56 - seus discipulos fogem na sua prisão;
b.Mt 26.67 - foi cuspido, esbofeteado e agredido com socos;
c.Lc 22.63-65 - teve o rosto vendado e agredido, e, zombando mandavam profetizar...
d.Jo 18.22-23 - é esbofeteado por um criado do sumo sacerdote;
e.Jo 18.30 - contado como malfeitor;
f.Jo 19.1-3 - é açoitado e recebe coroa de espinhos, é esbofeteado;
g.Jo 19.15 - rejeitado, dizendo os judeus que o seu rei era César;
h.Jo 19.17 - carregou a própria cruz;
i.Jo 19.29 -  na sua mrte teve sede e lhe deram vinagre;
j.Jo19.34,37 - teve o seu lado perfurado, traspassado por uma lança após morrer.

Alguns mártires também muito sofreram, foram queimados vivos, porém, Jesus Cristo sofreu de tal maneira em função de vir sobre si todos os pecados humanos.

Quanto à sua santidade e impecabilidade predita em Is 53.9, nota-se alguns versos: Ninguém o convenceu de pecado [Jo 8.46]; Disse Pilatos: "Não acho nele crime algum" [Jo 19.4,6]; "Não cometeu pecado" [1Pe 1.22]; "O justo pelos injustos" [1Pe 3.18].

2. O Silêncio de Jesus - Isaias 53.7 diz: "não abriu a sua boca" e o descreve como ovelha sendo levada ao matadouro. Pode-se dizer que realmente não abriu a boca em murmúrio, reclamação ou algo do tipo. Jesus, se ofereceu a si mesmo [Hb 9.14] como cordeiro santo para cobrir os pecados de toda a humanidade. Contudo mesmo assim registra-se algumas [8] palavras ou frases ditas por Jesus na cruz:

1.Jesus disse: "Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?" [Mt 27.46]
2.Jesus disse: "Em verdade te digo que estarás comigo, hoje, no Paraíso" [Lc 23.43"]
3.Jesus disse: "Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem" [Lc 23.34]
4.Jesus disse à sua mãe: "Mulher, eis aí o teu filho" [Jo 19.26]
5.Jesus disse ao discípulo: "Eis aí tua mãe" [Jo 19.27]
6.Jesus disse: "Tenho sede" [Jo 19.28]
7.Jesus em alta voz, disse: "Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito" [Lc 23.46]
8.Jesus disse: "Está consumado" [Jo 19.30]

3. A Crucificação e a Sepultura de Jesus - Aqui é importante destacar Is 53.9 quando é profetizado que Cristo seria contado entre os transgresores, i.é., seria tido como um dos transgressores. "Entre" aqui está igualando e isto ocorro em função dos pecados da humanidade estarem sobre Ele. Também Is 53.12 profetiza que Ele iria interceder pelos transgresores, o que de fato ocorre em Lc 23.34. A ênfase deve ser dada no cumprimento das profecias.

Conclusão
As Palavras ou a Palavra de Deus, jamais falhará. Elas são luz para os nossos pés, conforto para a nossa alma, alívio para os que sofrem, justiça para os injustiçados e principalmente bússula para o caminho do céu... A palavra de Deus é viva e eficaz, sabedoria para o inculto, é água para o sedento, cura para as feridas da alma e um banquete celestial para o faminto, pois Jesus Cristo disse: "Eu sou o pão da vida..." [cf. Jo 6.35, 48, 51]. Soli Deo Gloria.

F. A. Netto.

Fontes
1. BEVERE, John. Assim Diz o Senhor? Como saber quando Deus está falando através de outra pessoa. 1. ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2006;
2. Dicionário Bíblico Wycliffe. 1. ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2006;
3. Revista Ensinador Cristão. CPAD, nº 43, p.38.o, CPAD, 2006;
4. Bíblia de Estudo Plenitude. Sbb, Edição de 1995. Barueri-SP, 1526p;
5. Bíblia digital de Estudo Ilúmina Gold;
6. Cf. CULVER, R. Robert. Verbete: Nabh’. In HARRIS, L. R. (et al) Dicionário internacional de teologia do Antigo Testamento. SP:Vida Nova, 1998, p. 905;
7. Cf. DAVIDSON, F.; SHEDD, R. P.[eds.] O novo comentário da Bíblia. 3. ed., São Paulo: Vida Nova, 1997, p. 1318.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Assembléia de Deus em Douradoquara: Festividade Global

Estivemos, eu e o Pr Danilo, no último final de semana [dia 24], na cidade de Douradoquara-MG, especialmente à Festividade Global, promovida pela Igreja Assembléia de Deus local, pastoreada pelo Pr Valdeci Borges e ficamos muitíssimos satisfeitos, agradecidos pela recepção da Igreja, do Pr Valdeci, Irmã Aparecida e também do irmão Aparecido e a sua esposa que gentilmente nos hospedaram em sua casa.

Ficamos realmente surpresos, pois de fato foi como dissemos: "nunca fomos tão bem recebidos" fora de nossas casas. A Igreja demonstra maturidade e crescimento espiritual, louva a Deus com alegria e singeleza de coração. Os louvores todos muito bonitos, especialmente os jovens.

O templo, apesar de caber muitas pessoas, naquele dia da festa ficou lotado. Os pastores do núcleo e cidades se fizeram presentes nos cultos, visto que a programação foi do dia 23 à 25 de Julho. Isto demonstra o carinho e muito respeito à pessoa do Pr Valdeci e família, ratificando o seu ministério naquela Igreja.

O Pr Danilo Lemos [AD Sede Uberlândia-MG] pregou no sábado à noite e Deus o usou grandemente. Realmente, todos sentimos a presença de Deus falando aos seus filhos. Todos os presentes se deleitaram de uma mesa celestial. Ouvimos uma palavra Forte, viva, edificante e sobretudo, ungida pelo Espírito Santo.

O Pr Valdeci e a Igreja Assembléia de Deus em Douradoquara-MG está de parabéns! Vimos e sentimos que o nome de Deus realmente está sendo glorificado através de seus servos assembleianos naquela cidade.

Parabéns Assembléia de Deus em Douradoquara!

F. A. Netto.                                                                                                                                   Soli Deo Gloria

Superdicas para professores de EBD: Perguntar Eficazmente!!!???

"Disse Jesus: Quem dizem os homens ser o Filho do homem?" - Mt 16.13

Não é novidade o uso da interrogação durante as minitrações, falas públicas, explanações e/ou pregações. Não, não é novidade! Sabemos que se bem usado este recurso retórico, produz nos ouvintes mais atentos a curiosidade da resposta e mesmo que este já tenha em mente algo pronto, certamente será solidificado o seu conhecimento.

As salas de EBD [Escola Bíblica Dominical] é um verdadeiro laboratório, um canteiro de obras, lugar onde se lapida pedras preciosas. O verdadeiro ensinador sempre está em busca de excelência. O seu alvo é Ef 4.11, ser pastor-mestre, ou, imitar ao mestre dos mestres: Jesus Cristo. Assim, deve conhecer e usar de todas as ferramentas para tal.
No séc. IV a.C, o filósofo grego Sócrates muito se utilizou desta ferramenta, interrogando as pessoas como forma de as fazer pensar. Inclusive, cunhou a celebre frase: "conhece-te a ti mesmo". No Jardim do Éden, Deus ao chamar Adão: "Onde estás? [Gn 3.9], também a pergunta feita a Jeremias: "Que é que vês? [Jr 1.11, 13], e, no NT Jesus Cristo interroga: "Quem dizem os homens ser o filho do homem? [Mt 16.13], ou, "Que Queres?" [Mt 20.21], "Que quereis que vos faça?" [Mt 21.32], são todas perguntas que se leva o interrogado a mergulhar num pensamento imediato, prioritáriamente à resposta. É óbvio que às perguntas sócráticas, este não tinha todas as respostas, porém, às perguntas feitas por Deus, Ele já sabia qual seria a resposta, contudo nota-se aqui a necessidade, a importância em levar o homem a pensar e expressar este pensar.

Quando o ensinador, mestre, se utiliza eficazmente de perguntas retóricas [que leva os ouvintes a pensar, mas não necessariamente a responder] alcança alguns objetivos, quais sejam:

1.Participação direta ou indireta do ouvinte;
2.Ao pensar na resposta à pergunta, o ouvinte mergulha na aula;
3.É importante também o ouvinte verbalizar, externar seu pensamento de forma objetiva, como parte do processo de aprendizagem;
4.Cultiva no ouvinte um senso crítico;
5.Enraiza conhecimentos;
6.Evita-se dispersão do ouvinte;
7.Pratica-se a linguagem inclusiva, i.é., arrebata-se o ouvinte para dentro do assunto;
8.Exercita o celebro do ouvinte, isto é muito importante;
9.Potencializa a aula e valoriza o ouvinte.

Um detalhe muito importante no uso desta superdica é que o ensinador deve ter o domíniuo pleno do assunto abordado, asim como as respostas. Também estas perguntas, especialmente em salas de aula, devem visar uma resposta direta, ou resposta objetiva, afim de não dispersar o pensamento em respostas subjetivas.

Perguntas diretas como: Quantas vezes você leu toda a Bíblia? Ou Quantas vezes você ora durante o dia?, Solteiro ou Casado? São perguntas que exigem respostas diretas, e se, dentro do assunto da aula ministrada se fizer perguntas assim, se alcançará ótimos resultados no ensino.

Portanto, sejamos ousados nas perguntas. Você interroga seus ouvintes? O que acha de fazer isto na próxima aula? Sugiro que sejam feitas pelo menos 10 perguntas retóricas, isso no decorrer de 60 minutos de aula, dando alguns segundos à resposta na cabeça do ouvinte. Támbém sugiro pensar nas perguntas que os ouvinstes poderão vir a fazer  e caso não as faça, aproveitar bem.

Pergunte com inteligência e responda com argumento forte e ousado. Aproveite bem esta superdica. Boa aula.

F. A. Netto                                                                                      Soli Deo Gloria.                                 

quinta-feira, 15 de julho de 2010

As Funções Sociais e Políticas da Profecia – Lição 3

"E o Senhor, Deus de seus pais, lhes enviou a sua palavra pelos seus mensageiros... Porém, zombaram dos mensageiros de Deus, e desprezaram as suas palavras e escarneceram dos seus profetas..." - 2Cr 36.15-16
Sim! É verdade que na Lei [mosaica] e nos Profetas tem uma célula-mater: um modelo ético à política e à justiça social. A política, com vistas à ética administrativa baseada na direção teocêntrica, e, mais diretamente, praticada por homens obedientes a princípios divinos. Também é verdade que os profetas sempre combateram a injustiça social. Deus sempre ouviu o clamor dos injustos. Por muitas vezes fez uso de seus profetas para este fim.

Até pouco tempo éramos avessos à idéia de eleger cristãos para cargos eletivos. Isso entre nós mesmos. Talvez alguns cristãos ou pseudocristãos, disperdiçaram a oportunidade se conduzindo ilicitamente: escondendo dinheiro nas roupas íntimas, nas meias, sonegando impostos, etc. E muitos cristãos simplesmente não acreditam mais em políticos, mesmo que seja cristãos.

Sabemos que Jesus Cristo não veio plantar o Estado, mas veio plantar a sua Igreja. Também sabemos que a Igreja subsiste sem a política. A pergunta é: É posssível ser cristão político e não se corromper? E os projetos tipo pró-aborto, casamento homossexual?

Será que a Igreja não está perdendo a sua função de ser sal e luz do mundo, perdendo o foco, o alvo de sua missão principal de ganhar almas?

Veja bem, dedicamos até uma lição sobre a função social e política da profecia, quando sabemos que a política nacional e quiçá, internacional, aprova projetos que agradam ao mundo, torna lícito o que a Bíblia diz ser pecado e enquanto isto muitas almas estão caminando para o inferno. A Igreja está mudando seus alvos, com isso está avançando menos. O nosso Deus não é adorado nas tribunas políticas, lá Ele não é lembrado.

Particularmente, acho que perdemos tempo não tratando de outros assuntos mais importantes e urgentes. Erramos por muitos motivos: não conhecemos nosso Deus; somos preguiçosos; somos iletrados nas palavras de Deus, i.é., simplesmente não lemos a Bíblia; usa-se a Igreja para fins humanos e políticos em detrimento do ensino à obediência e à palavra de Deus; a EBD [Escola Bíblica Dominical] é mediana, para não dizer fraca... E nós? Estudando “As Funções Sociais e Políticas da Profecia”!

Ainda no campo político estamos plantando algumas sementes. Alguém disse: "Somos grandes, fortes, porém, desunidos". Na política os cristãos precisam ser unidos e fazerem as escolhas certas.

I. O PAPEL POLITICO E SOCIAL DAS PROFECIAS NAS ESCRITURAS
1. O profeta e o povo - O projeto de Deus é entendido como sendo o de separar, formatar um povo para si dentre todas as nações. Para isto se cumprir fez uso dos profetas, sendo o elo entre este povo e Deus. Nota-se que Moisés é proeminente nesta função, realmente sua atividade profética muito favoreceu ao povo. Digno de destaque é também Samuel, especialmente porque no seu tempo diz a Bíblia que a profecia era escassa [1Sm 3.1].

2. O profeta e o rei - Natã, Gade e Samuel são os destaques mais claros. Porém, lembremos também de José do Egito, que foi usado por Deus em favor do povo. Ezequiel {Ez 1.1} que estava no meio dos cativos, também profetizando de forma a bem conduzir o povo. Daniel também {Dn 1.1-4} também profetizou quando levado para a terra dos caldeus, e, isto para que até no cativeiro houvesse profetas de Deus intervindo e trazendo as palavras de Deus ao rei e ao povo. O rei Herodes {Mt 2.3-5} também foi contemplado com o cumprimento da profecia do profeta Miquéias {Mq 5.2}: o nascimento de Jesus Cristo, contudo, dessa benção predita por Miquéias o rei Herodes não desfrutou.

3. O profeta marginalizado - É verdade e há pouco o que se falar. Ah se o rei Davi tivesse ouvido a Natã antes de pecar. Ah se o rei Saul tivesse ouvido ao profeta Samuel, não teria este oferecido holocausto no lugar do sacerdote {1Sm 13.9}, não teria Saul matado os sacerdotes {1Sm 22.18}. Ah se o rei Zedequias tivesse ouvido a Jeremias {Jr 52}. De fato, tristemente e para a desgraça dos reis, talvez até porque o poder lhes tenha dominado e os tornado surdos, os reis não ouviram aos profetas de Deus e se deram mal.

II. O PROFETA É ENVIADO AO REI
1. O princípio do fim do reino de Judá - A leitura de 2Cr 36.11-16, principalmente o verso 16 é muito importante na compreensão deste tópico. Nós vamos entender que o rei nada fez ao ver a corrupção do povo, que Deus se compadeceu e lhes mandou profetas, contudo, zombaram e desprezaram as profecias dos homens de Deus. Talvez deram ouvidos aos pseudoprofetas.

O comentarista cometeu um equívoco aqui: Joaquim é o nome que Faraó Neco deu a Eliaquim, filho de Josias, quando o fez rei em lugar de Josias seu pai  [2Rs 23.34]. Zedequias é o nome que Matanias recebeu de Nabucodonosor, rei da babilônia, quando foi estabelecido rei em lugar de Joaquim [2Rs 24.17]. Este já é o 2º equívoco encontrados na lição!
 
2. Profecia dirigida ao rei [Jr 34.2; 2 Cr 36.15-16; Jr 37.7] - A pergunta à resposta óbvia é: Porque dirigida ao rei? Simples. O rei deveria reinar o povo de Deus em obediência às leis divinas. Seria um reinar humano baseado nas leis divinas. Por não dar ouvidos aos profetas é que houve o cativeiro.
 
3. O destino do rei Zedequias é anunciado [Jr 34.3 21] - O rei Zedequias não dar ouvidos às profecias, desobedece a Deus, tenta aliança com o Egito [Jr 42.14-17] e cumpre-se a Profecia de Deus [Jr 52]. Em suma, ao que ouve as palavras de Deus e não as obedece, endurece o coração, como o rei Zedequias, este é entregue nas mãos do inimigo. Exemplos não nos faltam: Caim [Gn 4.8]; Judas Iscariotes [Jo 17.12]; O jovem que possuiu a sua madrastra [1Co 5.1,5]; Ananias e Safira [At 5], etc.

III. A QUESTÃO DE ORDEM SOCIAL
1. A liberdade dos escravos hebreus - O rei Zedequias vendo Jerusalém cercada e sem reação, resolve fazer libertar os hebreus escravos. Sim, havia hebreus escravos de hebreus [Jr 34.9]. Esta profecia nem precisava ter vindo, conquanto, estava na lei mosaica [Ex 21.2; Dt 15.1-28]. Aqui soa o alerta: será que nos lares os maridos não estão tornando escravos esposa e filhos?; será que a administração da Igreja não está tornando escravo os professores? É a dura, triste e cruel realidade...

2. A alforria dos escravos é cancelada - O verso 11 de Jr 34 é intrigante, diz que "se arrependeram..." de decretar alforria. Aqui é fácil de entender: Jerusalém estava cercada pelos caldeus, porém, Zedequias se aliança a Faraó, rei do Egito e este vindo em socorro dos hebreus, cessa o cerco, e estes não creem nas profecias de Jeremias que após libertar seus escravos, voltam atrás e isto foi abominável a Deus, porque esta aliança de libertação foi feita no templo, diante de Deus [cf. Jr 34.15-17].

3. A indignação divina - Jr 34.17 diz: "...pois eis que eu vos apregoo a liberdade, diz o Senhor, para a espada, para a pestilência, e para a fome...". Devido à desobediência Deus os entregou à espada, pestilência e à fome. Estas palavras falam de guerra, doenças e miséria. Todas culminam com a morte.

Uma vida sem Deus é uma vida limitada. Aquele que obedece a Deus é vencedor na guerra contra as hostes infernais. Aquele que obedece a Deus, pode até adoecer, porém, bate no peito com coragem e brada: 'Deus honra a minha fé', "Filho de David, tem compaixão de mim". Aquele que obedece a Deus se alimenta do Pão da vida e bebe da Água Viva, este alimento que dá vida hoje e eternamente. Sugiro ainda o professor ler os subsídios no final da lição.

CONCLUSÃO - Os profetas, mesmo não sendo ouvidos e atendidos nas suas palavras, deixaram estas registradas para o ensino perpétuo até a volta do Messias.
Soli Deo Glória
F. A. Netto.

Fontes
1. BEVERE, John. Assim Diz o Senhor? Como saber quando Deus está falando através de outra pessoa. 1. ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2006;
2. Dicionário Bíblico Wycliffe. 1. ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2006;
3. Revista Ensinador Cristão. CPAD, nº 43, p.37.o, CPAD, 2006;
4. Bíblia de Estudo Plenitude. Sbb, Edição de 1995. Barueri-SP, 1526p;
5. Bíblia digital de Estudo Ilúmina Gold;
6. Cf. CULVER, R. Robert. Verbete: Nabh’. In HARRIS, L. R. (et al) Dicionário internacional de teologia do Antigo Testamento. SP:Vida Nova, 1998, p. 905;
7. Cf. DAVIDSON, F.; SHEDD, R. P.[eds.] O novo comentário da Bíblia. 3. ed., São Paulo: Vida Nova, 1997, p. 1318.

sábado, 10 de julho de 2010

A Natureza da Atividade Profética – Lição 2

INTRODUÇÃO

"Acautelai-vos dos falsos profetas, que se vos apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores " - Mt 7.15

Antes de comentar sobre a lição 2, quero sugerir a observação de 4 princípios importantes e elementares acerca de como valorizar o tema-eixo, a linha mestra, a idéia geral da lição, visando aproveitar melhor a lição e o tempo, potencializando, isto é, enriquecendo a lição.

1º: cuidar em usar o esquema da lição [tópicos e sub-tópicos], como se fosse um “esqueleto”, buscando na bíblia informações a mais para preencher este esqueleto. Isto é importante porque tem professores que realmente não aproveitam a lição, alegando ser esta pobre em conteúdo, se assim é, então, traga conteúdo e enriqueça a lição;

2º: cuidar em não usar os textos fora de seu contexto que o tema central da lição traz. Exemplo para esta lição que trata das formas como Deus falou aos seu profetas, são textos como 2Pe 1.21, onde a palavra profecia tem uma conotação de palavra de Deus, Bíblia, etc. Seguindo esta linha cito 1Ts 5.20; Rm 15.4; 2Tm 3.16. Estes e outros versos tem um cunho teológico voltado para a inspiração plena da palavra de Deus;

3º: muito importante também é o ensinador cristão praticar uma “linguagem inclusiva”, quando da aplicação da lição. Se possível na sala distribuir os alunos em forma de U, arrebatá-los para dentro da lição, fazer que eles participem efetivamente. Claro que aqui cabe a empatia do professor, ter uma boa metodologia e didática. É o professor que desperta a paixão do aluno pela EBD;

4º: por fim, é essencial que o professor se atualize, estude muito o tema da lição e que tenha conteúdo 13, i.é., que numa lição traga conteúdo para três lições, sem fugir do tema proposto.

Para o contexto hodierno de Ekklesia, este tema não desperta muito o interesse, conquanto estamos vivendo dias frios, com sinais visíveis de apostasia, de perda do 1º amor por parte de muitos e de ausência de zelo na obra. Mesmo assim julgo oportuno aproveitar a idéia central da lição, que trata da forma como Deus falou ou se fez entender aos profetas.

I. AS FORMAS DE COMUNICAÇÃO DE DEUS AOS PROFETAS

1. "[...] Veio a mim a palavra do SENHOR" [v.4] – recurso emblemático que os profetas usavem para ratificar a mensagem divina ao povo, seja doutrina, consolo, juízo ou exortação. De forma que essas palavras não eram exatamente suas. Deus somente os usava como canal, instrumento, meio pelo qual sua palavra chegasse ao povo. Sendo assim, foi comum os profetas e homens de Deus cunharem este vocativo: “veio a mim a palavra do Senhor”, ou ainda, “assim diz o Senhor”, etc. Também nas doutrina teológica bibliologia, especialmente no tema inspiração, diz-se que o uso deste vocativo no contexto bíblico, ratifica a inspiração divina das palavras de Deus. Textos: 1 Sm 16.6,7; Is 7.3,4; 1Cr 22.8; 2Cr 11.4

2. Revelação divina em forma de diálogo [vv.6,9,10] - Alguns homens tiveram o privilégio de dialogar com Deus, vejamos alguns:

Adão – Gn 3.8-12: “ouviram a voz do Senhor”; “ouvi a tua voz e temi; e disse Deus”.
Abraão – Gn 12.1: “ORA o Senhor disse a Abrão...”.
Moisés – Ex 3.4: “... bradou Deus a ele, do meio da sarça, e disse: Moisés, Moisés”.
Samuel - 1S3.4: “O Senhor chamou a Samuel, e disse ele: Eis-me aqui”. E outros.

A pergunta importante aqui é: Deus fala hoje aos pastores, profetas e servos, dessa mesma forma? Porque temos uns que dizem que sim, que Deus falou com ele, mais será verdade ou pura concepção humana?

Outro ponto que destaco neste sub-tópico é esta frase do comentarista da lição: “Investido dessa autoridade, o profeta [Jeremias] cumpriu a sua missão de extirpar o pecado e a corrupção generalizada do povo...”. Acho que o comentarista faltou às lições do trimestre anterior, pois Jeremias até trouxe as palavras de Deus, chorou e até sofreu, contudo ele NÃO EXTIRPOU O PECADO E NEM A CORRUPÇÃO, uma vez que todos foram feitos cativo justamente por rejeitaram as profecias de Jeremias. Textos: v.16; 23.5,6; 31.31-34; Lc 22.20; Hb 9.14,15
 
3. Visão ou sonho – Visões, no sentido de receber de Deus algo profético, refere-se a uma visão primeiro espiritual, depois sobrenatural. Essas visões poderiam ocorrer assim:

Dormindo [Gn 28.12; Gn 46.2; Jó 4.13; Jó 7.14; Dn 4.6; Dn 7.13; 1Rs 3.5; Mt 1.20; Mt 2.12; At 16.9].
Acordado[Ez 1.1; Ez 8.1-3; Ez 37.1; Is 6.1-6; At 10.3].
Arrebatado em espírito [At 10.10-11,17; Ap 1.10; Mt 4.1, 5, 8].
Sonho de Deus a ímpio [Gn 20.3,6 Abimeleque; Gn 31.24 Labão; Mt 27.19 a mulher de Pilatos].

Ainda convém explicar aos alunos Dt 13.1-5 e Jr 23.27-8,32, que resumindo trás castigo para pseudoprofetas e sonhos falsos.

II. AS FORMAS DE TRANSMISSÃO DA MENSAGEM DOS PROFETAS AO POVO

1. Declaração oral e direta – esta foi a forma mais comum do profeta entregar, dizer, revelar a mensagem de Deus, a profecia para quem foi dircecionada, i.é., declarar oralmente e dirteta, sem figuras de linguagem, sem simbologia. Textos: [1Sm 15.16,17], Natã [2Sm 7.8-17; 12.7-10], Gade [1Sm 22.5], e Elias [1Rs 21.19-27]. Algo importante a dizer acerca do cumprimento da profecia é que pode ser mediato ou imediato.

2. Figuras e símbolos proféticos - vejamos alguns exemplos:

Isaías - Andou três anos descalço e nu por sinal e prodígio sobre a Etiópia [Is 20.3].
Jeremias - É recomendado a descer à casa do oleiro [Jr 18] a fim de receber a mensagem de Deus.
Oséias - É orientado para casar-se com uma mulher prostituta [Os 1.2], para que sua vida fosse uma viva pregação da infidelidade do povo e do amor do Senhor.
Ezequiel - Cercou uma cidade em miniatura [Ez 4.1-3]; escavou através do muro da casa.
Aías - Ao rasgar sua roupa em doze pedaços, e entregar dez a Jeroboão [1Rs 11.30].

3. Casos reais que servem de representação para comunicar a mensagem - Deus usou o profeta Oséias para dizer aos judeus como eles estavam espiritualmente, i.é., abomináveis diante de Deus [Os 1.2; Os 3.1].

III. A QUESTÃO EXTÁTICA DO PROFETA - Neste tópico sugiro não subdividí-lo, para descomplicar. Lembrando que na grande maioria dos alunos, são leigos, em suma lêem pouco.

Primeiro o naturalistas vetam este ensino, i.é., se opõem, não a ratificam e dizem que o êxtase é um estado emocional do profeta. Contudo, esta afirmativa é herética por negar a inspiração de Deus aos que escreveram as profecias.

Exemplos:
Balaão: Nm 24.4,16;
Pedro: At 10.10; At 11.15;
Paulo: At 22.17.

CONCLUSÃO - Realmente este tema gera pouco interesse, contudo, julgo necessário ser ensinado, dada a grande impotância das profecias no contexto teológico. Também convém lembrar que muitos extremistas além de não crêem, não ensinam.

Talvez seja oportuno, caso aja nalguma sala, um profeta hodierno lecionar esta lição e explicar como Deus lhe dá a conhecer a profecia, se é por sonho, visão, se é em êxtase, se é tomado em espírito. Como isto será impossível acontecer, sugiro que o professor estude muito a lição e seja mestre no ensino, edificando a igreja, imitando ao profeta João Batista, quando disse: "convém que Ele cresça e eu diminua" [Jo 3.30].
Soli Deo Glória.
Editor: Francisco Araújo Netto.

Fontes
1. BEVERE, John. Assim Diz o Senhor? Como saber quando Deus está falando através de outra pessoa. 1. ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2006;
2. Dicionário Bíblico Wycliffe. 1. ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2006;
3. Revista Ensinador Cristão. CPAD, nº 43, p.37.o, CPAD, 2006;
4. Bíblia de Estudo Plenitude. Sbb, Edição de 1995. Barueri-SP, 1526p;
5. Bíblia digital de Estudo Ilúmina Gold;
6. Cf. CULVER, R. Robert. Verbete: Nabh’. In HARRIS, L. R. (et al) Dicionário internacional de teologia do Antigo Testamento. SP:Vida Nova, 1998, p. 905;
7. Cf. DAVIDSON, F.; SHEDD, R. P.[eds.] O novo comentário da Bíblia. 3. ed., São Paulo: Vida Nova, 1997, p. 1318.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

O Minitério Profético no Antigo Testamento - Lição 1

INTRODUÇÃO

"E na igreja que estava em Antioquia havia alguns profetas e doutores ... " - At 13.1

Estudar os profetas e suas profecias, tanto no AT quanto no NT é sobretudo, entender a missão desses profetas, a autoridade por eles exercida e a importância deste ministério.

Nabi é o equivalente hebraico para Profeta e Prophetes é o equivalente grego para definir aquele que é vocacionado e autorizado por Deus para falar por Deus aos homens, ser porta-voz de Deus, embaixador, representante... Em resumo, ser o elo entre Deus e os homens.

A revista deste trimestre chega como uma luva à Igreja, especialmente pentecostal e neo-pentecostal, visto que é a oportunidade de ensinar sobre verdadeiros profetas de Deus, sua missão, reconhecimento pelo povo, e, ainda desmascarar os pseudo-profetas hodiernos.

Nesta abertura convém ler Dt 18.9-15 e explicar porque Deus suscitou profetas para o seu povo. Em Canaã, terra que os israelitas iriam possuir, havia adivinhos, agoreiros e feiticeiros, mágicos e os que consultavam a demônios e mortos, por isso Deus lhes deu profetas [Dt 18.15-18].

Certamente teremos resposta para algumas indagações:
Como identificar um pseudo-profeta?
Qual a difrença entre os profetas veterotestamentários, neo-tetamentários e hodiernos?
O que é profecia?
Quais os textos do NT que mais se destacam?
Há diferença entre Dom e Ministério?

I. O INÍCIO DO MINISTÉRIO DOS PROFETAS - Leituras sugeridas: Nm 11.4-6, 10-11,14; Ex 16.1; Ex 24.1, 9
1. Contexto histórico – Os israelitas já haviam desfrutado dos grandes milagres de Deus, tais como: saído do jugo de faraó, no Egito; traspassado o mar vermelho a seco; águas amargas em águas doces; e, recebido o maná diário. Também neste contexto há o choro, o murmúrio [Nm 11.4-6, 10], e a lembrança das comidas que tinham no Egito, em detrimento do maná, o pão diário dado por Deus [Nm 11.6]. Isso tudo se deu somente 45 dias após a saída do Egito [Ex 16.1].

Moisés é o único que julga as demandas dentre o povo e queixa-se disto [Nm 11.11,14], pelo que Deus ordena ele escolher 70 homens anciãos dentre o povo [Nr 11.16]. Esses 70 são os mesmos que sobem com Moisés ao monte [Ex 24.1, 9].

Em Ex 18.13-27 temos Jetro instruindo a Moisés a escolher anciãos e dividir as demandas cotidianas, delegando entre maiorais de mil, cem, cinquenta e de dez. Pois bem, já me convenci de que esses 70 homens de Nr 11 são os mesmos escolhidos em Ex 18.13-27.

2. Moisés iniciou o ofício profético em Israel - O substantivo profeta aparece primeiro em Gn 20.7 e os verbos profetizaram e profetizavam aparecem primeiro em Nm 11.25-26. Importante destacar que Moisés tem o seu ministério profético definido quando da sua chamada [Ex 3.10, 14, 18]. Fica evidente que Moisés será o elo entre Deus e o povo. Também sendo o porta-voz de Deus, falando a Faraó em defesa do povo. Quando Deus falou a Moisés, Arão e a Miriam, apontou Moisés como profeta [cf. Nm 12.6-8].

Apesar que particularmente penso em Noé como um profeta, considerando que, foi chamado e vocacionado por Deus, obedeceu e trouxe as palavras de Deus ao povo. Veja os versos: 2Pe 2.5; 1Pe 3.20; Lc 17.26-27; Mt 24.37-38.

3. "Tomara que todo o povo do SENHOR fosse profeta" [Nm 11.29] - O interessante aqui é que Moisés não condena a atitude de Eldade e de Medade [Nm 11.26], que também eram anciãos dentre os escolhidos [Nm 11.24]. É como se Moisés desejasse a democratização do Espírito Santo, e, evidentemente, ele não tinha controle disto, face ao fato de que foi Deus quem distribuiu do Espírito aos anciãos [Nm 11.25].

A expressão “nunca mais profetizaram” em Nm 11.25, não é à toa. Alguns aparecem como profetas e/ou profetizas, contudo, nada é escrito das suas profecias: Débora em Jz 4.4; Os 70 anciãos em Nm 11.25, 27; Rancho de profetas em 1Sm 10.5-6, 11, 13; Saul e mensageiros em 1Sm 19.20; Jr 23.13; Profetas de Antioquia em At 13.1; Dscipulos de João Batista em Éfeso, At 19.6; As filhas de Filipe em At 21.9. Também o profeta era escolhido dentre o povo, não tendo como regra ser de família sacerdotal e nem também tinha restrição de idade e/ou condições físicas.

II. O PROFETA
1. Seu significado - Nabi em Hebraico e prophetes em grego. Ex 4.14-16 explicita, aclara, define. Significa falar em nome de Deus, ser porta-voz, representante, ser embaixador. Deus é onisciente e assim o profeta anuncia as coisas futuras como se fossem presentes. Ver Is 46.9-10; Mt 24.2; Mt 26.34; At 11.28; At 21.11.

2. Sua abrangência – O termo profeta no AT é aplicado ao mesmo tempo para verdadeiros e falsos profetas, adivinhos, etc. A septuaginta, versão grega do AT, feita à biblioteca de Alexandria por ordem de Alexandre, o Grande, distingue o falso do verdadeiro profeta. Ver Jr 23.23.

3. Expressões correlatas – Vidente, oráculo, profetizas. Simplesmente ver com os olhos físicos e espiritualmente [1Sm 9.9; Os 9.7].

Consideremos esses versos:
Nm 12.6-8; Dt 34.10 – Deus lhe falou face a face...
1Sm 9.15; 2Sm 7.27 – Deus fala ou revela aos ouvidos do profeta...
Jr 23.18 – O profeta também ouviu de Deus...

III. O MINISTÉRIO
1. Havia o ministério dos profetas? - Sendo bem direto, convém ler aqui alguns versos que falam por si, sobre a existência da escola profética:

Nm 11.25 – 70 deles profetizaram, porém, nunca mais... foi um fato novo.
1Sm 19.19-24 – Em Naiote, região de Ramá, onde Samuel residia, existia uma congregação de profetas.
2Rs 2.3,5,15; 2Rs 6.1 - Fala de uma escola de profetas, para os filhos dos profetas...

Destaque-se que no AT alguns exerceram este ministério de fato, outros, somente profetizaram uma vez ou em poucas vezes. Alguns profetas além de falar por Deus, ainda foram escritores ou tiveram as suas profecias escritas para ensino e conhecimento de todos, outros, é dito apenas serem profetas, contudo nada se sabe das suas prefecias.

Hoje temos um extremismo dos que se auto-proclamam profetas, não se submetem a nenhm pastor, trazem profecias azedas, de protesto, e, via de regra contra os pastores. Também temos os que ceticamente não creem nas profecias. A Bíblia nos exorta a não sermos ignorantes a cerca dos dons [1Co 12.1; 1Ts 5.20].

No NT temos alguns versos chave, que denotam de forma clara que havia profetas, porém, sabemos que alguns são por ministério e outros por exercício do dom, esporadicamente. Os versos mais claros são At 11.27-28, onde diz que desceram profetas de Jerusalém, um deles por nome Ágabo que profetizou a fome em Jerusalém e a prisão de Paulo em At 21.10-11. Também At 13.1 diz que havia profetas em Jerusalém, indicando aqui o exercício do ministério.

Já sobre as filhas de Filipe [At 21.9], não se pode afirmar o mesmo, provavelmente proftizavam esporadicamente.

2. A corporação profética - Restringiu-se especialmente ao AT. Com a congregação dos profetas em 1Sm 10.5-6; 1Sm 19.19-24 e também com a escola dos profetas, em 2Rs 2.3,5,15; 2Rs 6.1. 

3. Classificação – temos claramente duas classes:
  • Clássicos, Escritores ou Literários: basicamente profetizaram e escreveram suas profecias. Ex: Isaías, Jeremias, Ezequiel, e outros.
  • Não escritores ou Orais: profetizaram, mais nada escreveram das suas profecias. Ex: Samuel, Elias e Eliseu, Saul e seus comandados, as filhas de Filipe e outros.
CONCLUSÃO - No princípio Deus deu profetas ao seu povo para que eles não fizessem como os primeiros habitantes da terra que consultavam a demônios, a mortos e tinham adivinhos. Posteriormente, Deus usa seus profetas para ensinar a seu povo, exortar e/ou repreender, ainda para trazer juízo. Moisés foi o primeiro a exercer o ministério profético, mais em Cristo se cumpriu todas as profecias.

Soli Deo Glória.

Francisco A. Netto.

Fontes
1. BEVERE, John. Assim Diz o Senhor? Como saber quando Deus está falando através de outra pessoa. 1. ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2006;
2. Dicionário Bíblico Wycliffe. 1. ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2006;
3. Revista Ensinador Cristão. CPAD, nº 43, p.36.o, CPAD, 2006;
4. Bíblia de Estudo Plenitude. Sbb, Edição de 1995. Barueri-SP, 1526p;
5. Bíblia digital de Estudo Ilúmina Gold.

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