terça-feira, 19 de outubro de 2010

Orando como Jesus Ensinou - Lição 5



Disse Jesus: "Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á" - Mt 7.7

INTRODUÇÃO
Notadamente a oração que Jesus Cristo ensinou é a oração mais conhecida dentre todas da Bíblia, nem mesmo a oração sacerdotal [Jo 17], ou ainda a oração pela cura de Lázaro [Jo 11], a oração feita por Moisés em favor dos Hebreus, quando sisse: “... perdoa o seu pecado, se não, risca-me, peço-te, do teu livro, que tens escrito” [Ex 32.32], nenhuma desta é mais conhecida do que a que ensinou Jesus em Mt 6.9-13. Muitos são os exemplos a citar, contudo, esta oração que Jesus Cristo ensinou aos seus discípulos destaca-se pela singeleza, i.é, simplicidade e objetividade.

Que fique bem claro que é uma oração que Jesus Cristo nunca fez e nem poderia fazê-la, veja: "E perdoa-nos as nossas dívidas..." [Mt 6.12]. Por ter ficado conhecida como "oração do Senhor" poderia ter sido melhor intitulada como "oração modelo" ou "oração dos discipulos", pois, Jesus Cristo apenas a ensinou. A estrutura desta oração é singular: a primeira parte foca os desejos de Deus e a segunda, nas necessidade humanas. Na segunda parte [v.13] "E não nos induzas à tentação..." [Mt 6.13], tradução ARC é uma tradução equivocada, visto que Deus a ninguém tenta [ver Tg 1.13]. A tradução mais certa seria "E não nos deixes cair em tentação...". O fecho final: "Pois teu é o reino...", não consta nos manuscritos mais antigos, foi acrescida por copistas e talvez se baseia em 1Cr 29.11-13 ou em Rm 11.36. Não se trata de uma fórmula mágica para ser usada mecanica e friamente como tem sido feita.

I. A ORAÇÃO DEVE SER INERENTE AO CRENTE
Os discípulos ao verem Jesus orando lhe pediram que lhes ensinassem a orar. O interessante deste pedido é que eles os discípulos de Jesus mencionam que João Batista ensinava a seus discipulos [Lc 11.1]. Observe bem que João Batista fica em evidência, logo, os discipulos de Jesus viram que João e os seus estavam orando, Jesus também, mas os discipulos de Jesus ainda não haviam sido ensinados a orar pelo seu Mestre. A pergunta prática é: estamos nós ensinando corretamente os alunos de EBD a orar? Estamos nós orando da forma certa?

Os discípulos conheciam bem a história bíblica, pois eram judeus. Eles sabiam que Moisés, Samuel, Davi e todos os profetas oravam continuamente. Sabiam que Daniel era fervente em oração. Saber orar e a sua importância é primordial, sobretudo, entender o que ensinou Jesus aos seus discipulos: Não ser como os hipócritas [Mt 6.5], significa falar de si para si, chmar a atenção para si, com altivez, divorciado de humildade, simplicidade. Ao orar é preciso ter coração contrito, quebrantado, oferecer sacrifício vivo àquele a quem é alvo da oração, a saber, Deus.

É impossível ser discípulo sem conversar ou conhecer aquele que o discipula, i.é, com o mestre. Jesus deu exemplo: Mt 14.23; Mt 26.36, 44; Mc 6.46; Lc 5.16; Lc 6.12; Lc 9.28; Lc 11.1.

II. A ORAÇÃO MODELO
Quando se fala em “Oração modelo” não está implícito que tenha que ser unicamente naquele formato, engessado, ortodoxo, do contrário, isto seria uma reza, i.é, uma frívola repetição. Contudo, a idéia de oração modelo é exatamente na essência de seu conteúdo, onde destaca-se o reconhecimento do senhoril de Deus; O Reino; a Submissão/Sustentação de Deus e o Perdão.

Ao lermos: “Santificado seja o teu nome” Mt 6.9 estamos declarando a santidade de Deus [Is 6.3; Is 12.4]. O nosso conceito de “Deus Santo” é fraco e insuficiente no nosso vernáculo. Por exemplo, Deus é o Criador dos Céus, da terra e do s mares. Também é Criador de tudo que tem fôlego de vida. Criador de todas as Leis. E ainda ousamos dizer que “Deus tem poder”, quando o certo é: “Deus é o Poder”.

Esta expressão “Seja feita a tua vontade” [Mt 6.10] parece perdida e sem nexo com as outras expressões, porém, só parece, pois, trata-se de um ensino precioso. O homem se submete ao seu chefe, ao dinheiro, às intruções médicas, às regras de trânsito, contudo, tem dificuldade de submeter-se a Deus, mais diretamente à sua Palavra, a Bíblia. Jesus deu exemplo [Jo 4.34; Mt 26.39; Todos os discípulos também, pois, cumpriram o “ide” a todas as nações.

III. DECORRÊNCIAS PRÁTICAS DA ORAÇÃO MODELO
Não pensemos que a mesa farta, a dispensa e/ou a geladeira cheia é fruto da força do nosso braço sem o a sustentação divina. Somente os loucos autossuficientes é que são assim. Compensa ler Sl 127.2; Dt 11.14,15; Dt 28.12.

Como todos pecaram [Rm 3.23] e ninguém há na terra que não peque [Ec 7.20], convém buscar perdão por nossas dívidas, aborrecimento a Deus [Jo 7.7; Jo 15.18,23-24]  e/ou entristecimento do Espírito [1Ts 5.19]. Lembrando sempre que este perdão de Deus está condicionado ao perdão aos nossos devedores, i.é, temos que perdoar primeiro [Mt 6.14-15].

O pedido de livramento do mal não quer dizer que eu ou qualquer outro cristão salvo esteja livre de me cuidar, de vigiar, orar ou ainda de tentar a Deus [Mt 4.6-7]. A Palavra é muito clara quando afirma: "fugi do mal e da sua aparência" [1Ts 5.22; 2Tm 3.5]. Maldito é aquele que peca por dolo, ou seja, ao invés de fugir ele corre para o pecado. É desertor.

CONCLUSÃO
João 15.7 é muito claro, patente: “Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito”. Será que meus pensamentos, pedidos, projetos, sonhos... estão vinculados totalmente à vontade de Deus, à Bíblia e à Igreja? Se sim, Ok. Temos grande chance de nossas orações serem atendidas positivamente. Soli Deo Gloria.

Profº Netto, F.A.

Fontes:
Revista Ensinador Cristão, Ed. CPAD, nº 44, p.38.
BOYER, Orlando. Espada Cortante. 2. ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2006.
GEORGE, Jim. Orações Notáveis da Bíblia. 1. ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2007.
RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1. ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2007.

A Oração em o Novo Testamento - Lição 4


INTRODUÇÃO
A História Eclesiástica nos diz muito sobre a Igreja plantada por Jesus Cristo. Os movimentos marcantes que amoldaram esta Igreja ainda servem de referência para o tempo hodierno. Jesus ensinou tudo sobre o Reino e os discípulos perpetuaram essas doutrinas. O Pentecostes [At 2] também deixou a sua marca, porém, a Igreja primitiva é muito ensina através da sua essência e estilo. Frequentemente usamos o retrovisor para ver e aprender pelos moldes da Ekklesia máter. Como oravam, viviam?

I. A ORAÇÃO NO INÍCIO DA IGREJA
A ordem para permanecer em Jerusalém foi clara e direta: “...sereis batizados com o Espírito Santo”. Compensa ler alguns versos começando por At 1.8 e mais [At 1.4,12-14; 2.1-3; Lc 24.49]. Os motivos? Receberem poder, revestimento, coragem e evidentemente agir pela vontade divina. At 1.8 diz: “Recebereis poder...”, que em grego é dínamo, a mesma raiz de dinamite. Foi por isso que Pedro e os outros foram corajosos e valentes e venceram as perseguições. Uma oração com e no Espírito é viva e eficaz!

Se eu disser que existe Igreja sem a presença do Espírito Santo, me faço mentiroso. Logo, os onze apóstolos ainda não eram a Igreja, e, somente após a descida do Espirito Santo é que de fato nasceu a Igreja, assim a primeira reunião de oração da Igreja plantada por Jesus Cristo foi depois da descida do Espírito e não antes. Longe de mim o semear dissensão. Concordo que a Igreja Primitiva em seu estilo permanente de ensino/comunhão/partir do pão e oração colheu seus frutos. Tratava-se de um estilo, pois, hoje quando dizemos “Reunião de oração” estamos nos referindo a uma escala de atividade das igrejas atuais. Os primitivos não faziam isso com uma minoria, mais sim com todos, unânimes. Compensa ler {At 1.14; At 2.42,46; At 4.24,31; At 6.4,6; At 7.60; At 8.14-17; At At 12.5; At 16.25; At 28.8}.

Pedro e João ao serem presos perseguidos por terem curado ao paralítico em nome de Jesus {At 3} e também por anunciarem em Jesus a ressurreição dos mortos {At 4.1-3} foram presos. A Igreja unânime levanta suas orações a Deus {At 4.24}.

II. PRINCÍPIOS DA ORAÇÃO CONGREGACIONAL
Temos muitos princípios, sejam: ideológicos, éticos, profissionais, também de família e no que diz respeito à Ekklesia não diferimos. Todo filho de Deus que tem uma fé enraizada nas doutrinas apostólicas, e, claro, enraizadas em Cristo, foca suas orações em alvos, alguns permanentes e outros mutáveis. Alvos permanentes dessas orações: crescimento do reino, i.é, avanço do evangelho não somente via terrestre, fronteiriço, mais também avanço em conhecimento de Cristo. Foi o apóstolo Pedro que disse: “Antes, crescei na graça e conhecimento do nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo...” {2Pe 3.18}. Sintetizando, nossas orações precisam focar não somente o crescimento horizontal do reino, i.é, avanço do evangelho, mais também crescer verticalmente em conhecimento de Cristo.

Outras necessidades não devem ser esquecidas, a salvação da família; a sustentação da família; a saúde física, mental e espiritual dos filhos de Deus; nosso país e seus líderes, etc. A Igreja está neste mundo, e, como disse o Pr Enoque: “Não somos seres etéreos...”. Somos sal e luz para este mundo que vivemos.

Os líderes sempre são os primeiros exemplos: Jesus Cristo [Mc 6.46; Jo 17]; Paulo [Fp 1.4]; Pedro e João [At 3.1]; A Igreja Primitiva [At 6.4]; Pedro [At 9.40]; Paulo e Barnabé [At 14.23]. Não somente a Igreja precisa orar pelos seus líderes, mais estes líderes precisam abençoar a Igreja em oração e também serem exemplos de fato de servos que oram. Coisa que não vemos hoje acontecer. Os cultos antigamente começavam mais cedo para que todos orassem antes de começar. Os pastores iam nas casas dos crentes para orar, hoje, quando vão é para almoçar ou então é porque é festa de aniversário, ou, porque alguém morreu, o casal está em guerra... etc.

III - O APÓSTOLO PAULO E A ORAÇÃO
Não temos um conhecimento profundo acerda de Paulo, especialmente onde recebeu as revelações pelas quais escreveu as 13 epístolas e particularmente acho até que Hebreus também foi ele, porém, penso no apóstolo em questão como um desbravador, profundamente preparado em conhecimento, o que nos falta hoje. É verdade, sabemos pouco dEle. Sugiro aqui papirar na biografia deste homem de Deus.

Seu zelo é algo assim assustador. Seu foco, suas energias e concentração eram exclusivas à missão à qual foi comisionado por Jesus Cristo. Neste ponto eu e muitos ensinadores também tropeçamos. O zelo? muitos nem mesmo sabem o que é. João cap. 2 e Mateus 21 apontam Jesus Cristo exercendo este zelo especial, limpar e restaurar o altar, o lugar de adoração...

Paulo sempre orava pelos cristãos, pela Igreja e pelo avanço do Reino.

CONCLUSÃO
Eu penso que oro muito pouco, reconheço isto e já estou mudando. A Igreja precisa reconhecer este pecado, pois, perdeu este amor. Não choramos mais nas orações pelas almas, pela Igreja, por nossa família. Soli Deo Gloria [Rm 11.36].

Profº Netto, F.A.

Fontes
Revista Ensinador Cristão. CPAD, nº 44, p.38.

ZUCK, Roy B. (ed). Teologia do Novo Testamento. 1. ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2008.
BRANDT, Robert L.; BICKET, Zenas J. Teologia Bíblica da Oração. 4. ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2007.
SOUZA. Estevam Ângelo. Guia Básico de Oração: Como Orar com Eficácia no seu Dia-a-Dia. 1.ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2002.
Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro, CPAD, 2009.

sábado, 16 de outubro de 2010

A Oração Sábia - Lição 3

I. INTRODUÇÃO

O rei Salomão ao inaugurar o templo o dedicou ao Rei dos Reis e Senhor dos Senhores. Quando ajoelhou-se diante do Rei [Deus] e de seus súditos, o que era incomum a um rei, fez-se exemplo de submissão e de humildade, reconhecendo o senhoril do Senhor. Salomão dedicou um templo material a Deus em oração, nós dedicamos o nosso templo espiritual afim de que Deus venha habitá-lo.

I. VIVENDO A  DIFERENÇA
Sendo Salomão filho do rei Davi recebeu juntamente com os seus irmãos e irmãs um ensino especial, exemplar e acima da média, para não dizer o melhor daqueles dias. Davi dedicou amor aos seus filhos, porém, falhou nalguns momentos não tendo pulso firme em puní-los, pois Davi estava algemado ao seus pecados pregressos. Sua autoridade real e liderança não valiam para com os seus filhos, os levando à ruína. Amnom deu vazão à sua lascivia animalesca e possuiu a sua meia irmã Tamar e foi morto por seu irmão Absalão [2Sm 13]; Absalão usurpou o trono de seu pai Davi [2Sm 15], e, Adonias fez o mesmo, fazendo-se rei no lugar de Salomão [1Rs 1]. O rei salomão certamente tinha seus defeitos, contudo, antes de ser entronizado a Bíblia silencia neste ponto.

Quanto ao altar, Salomão o edificou a Deus usando do que tinha de mais precioso na face da terra. Este altar se existisse hoje seria uma das maiores maravilhas da terra. Hoje, espiritualmente nós somos altar de Deus. É uma metáfora da condição de cristão, daí dedicá-lo e fazê-lo aceitável a Deus.

Sobre a oração e seu conteúdo destaca-se que Salomão não deixou em aberto um “hábeas corpus” preventivo aos seus súditos. Ele expressou uma verdade universal: o homem é pecador e o sendo, este é passível de desviar-se, de apostatar, de ir ao cativeiro, etc. Salomão sinalizou a busca e perdão a Deus àqueles que viessem a pecar e isto faz toda a diferença.

II. AS CARACTERÍSTICAS DA ORAÇÃO DE SALOMAO
O rei Salomão na sua oração diz que Deus é único [2Cr 6.14], nem na terra ou nos céus ninguém é igual a Deus. Isto foi muito importante [Dt 6.4Dt 6.5-9; 11.13-21; Nm 15.37-41], pois significava obediência e amor exclusivo por parte de todo o reino. Sabemos que o rei logo esqueceu de suas palavras amando mais as suas mulheres estrangeiras e a política [1Rs 11.1-8]. Davi colheu o fruto de seu pecado: espada em sua casa. Salomão colheu divisão e declínio de seu reino. Talvez falte nas nossas orações o primeiro exemplo do rei Salomão: Deus é único.

O rei Salomão na sua oração também proclama a fidelidade de Deus [2Cr 6.14,15] e esta convicção é um conforto ao crente [1Ts 5.24; 2Ts 3.3; Hb 10.23; 1Tm 1.15; 1Tm 3.1; Ap 1.5; Ap 19.11].

Como rei, Salomão entendia as mazelas e fracaços de seu povo, sobretudo, entendia as necessidades e o bem-estar destes enquanto orava. Entretanto, no fnal de seu reinado sabemos que os impostos e a manutenção oprimiam o povo, inclusive, foi o que motivou Roboão a endurecer o seu coração e não absorver o conselho dos mais velhos.

III. A ORAÇÃO INTERCESSÓRIA
Literalmente orar pelos outros, mediar, agir, suplicar sofrendo a dor alheia. No AT, temos os exemplos de Abraão intercedendo pelos de Sodoma, Moisés intercedendo pelo povo, Samuel também, Elias, Jeremias e Daniel.


No período interbíblico, i.é, entre o VT e o NT não há registro de manifestação de Deus aos profetas, contudo, se entende que o povo de Deus não se calou ou deixou e adorá-lo. O exemplo que o comentarista da lição coloca aqui é o do Justo Simeão [Lc 2.25-35]. Em Lc 2.26 temos que o Espírito Santo o revelou a Simeão que ele não passaria pelo morte sem ver o Cristo, i.é, sem ver o messias de Israel. Resumindo: isto se deu durante o período interbíblico. Mais: isto quer dizer que havia justos neste tempo.

No NT, Jesus Cristo é nosso exemplo maior, o intercessor supremo. Há que se considerar também que o apóstolo Paulo, Pedro e outros se destacaram. João 17 registra a oração sacerdotal, onde Cristo ora por ele [Jo 17.1], intercede pelos seus apóstolos e também pelos discípulos [Jo 17.6-9] e ainda intercede por aqueles que haveriam de crer, i.é, nós e outros tantos [Jo 17.20-24]. Em Lc 13.6-9 temos a parábola da figueira estéril, mais um exemplo de intercessão eficaz a ser seguido.

CONCLUSÃO
É impossível assemelhar-se a Jesus Cristo enquanto divorciado da oração. O cristão na sua essência ora a Deus, suplica, se submete, curva-se diante da Cruz e de Deus. Foi assim no AT com os patriarcas, os profetas e os reis que temiam a Deus. Somente assim foram eficazes nas suas orações. Soli Deo Gloria.


Prof Netto, F.A.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Superdicas para professores de EBD: Mestre Águia!!!

Li recentemente a história da águia de James Aggrey, narrada por Leonardo Boff em seu livro “A Águia e a Galinha”, editora Vozes. Já tinha ouvido sinteticamente e sempre me agradara em ouvir. Desta vez, ao ler observei a riqueza de detalhes que dão vida à história. Na suma, James Aggrey, educador africano contou esta história na tentativa de fazer seus compatriotas entenderem que eram maiores do que seus colonizadores diziam. Em sua história, eles os ganeses, eram águias feito galinhas. E isso diz tudo de nós educadores. Eu contudo, quero substituir a galinha da história pelo pardal,  convertendo assim a história de James Aggrey para uma metáfora da condição do ensinador/mestre de EBD.

A águia faz seu ninho nas penhas, nas alturas montanhosas enquanto os pardais em pequenas árvores. Os mestres brilhantes estão em metamorforse perene e sempre para melhor. Seus sucessores aprendem a pensar alto desde seu ninho, assim, evoluem em qualidade. Avançam a fronteira do conhecimento com mais velocidade. Os pardais são sempre pardais, no mundo inteiro. Estes alimentam a seus filhotes da comida cotidiana que está por perto. Já as águias alimentam os seus com alimento sólido e logo que podem saem de seus ninhos, alçam vôos assemelhando-se aos seus pais. Os mestres brilhantes fazem discípulos e estes, inclusive, são impulsionados a fazerem coisas maiores do que seus mestres.

Educadores de EBD somos nós, não nos assemelhando a pardais, mais a águias que ensinam os seus a viver com qualidade e convicção. Às vezes tratados em segundo plano, desprezo e com somenos importância [como se fôssemos pardais], mais tudo bem. Fato é que o que as águias ensinam é perpetuado. Os mestres/ensinadores de EBD assim também o são, seus ensinos se perpetuam de geração a geração, são seguidos até ao dia da partida à eternidade. Soli Deo Gloria.

Profº Netto, F.A.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Disciplina na Igreja!!!

Resumo do livro "Disciplina na Igreja", do Dr RUSSEL PHILLIP SHEDD.

Uma das questões importantes do livro ora estudado é a imperiosa necessidade de disciplinarização perante fatos graves, que afetem diretamente os ensinamentos, preceitos e a ética cristã. O autor descreve da impossibilidade de um cristão convertido, feito nova criatura, adotar práticas ora dantes cometidas, como não conhecedor da palavra.

O apóstolo Paulo descreve com riqueza de detalhes sobre um fato imoral ocorrido na Igreja de Corinto, pois os membros haviam adotado uma concepção errada, ficando atônitos e surpresos com o pecado, quando deveriam ter imediatamente tomado providências. O próprio Paulo descreve expressões como “entregue a Satanás”, “espírito seja salvo”, “lançar fora o velho fermento”, com esperança de produzir arrependimento, sendo essa uma forma de correção, possuindo um poder de solução adequada.

Tal medida deveria cercar-se de publicidade e legalidade, para que todos possam reconhecer tal ato, não podendo este ser admitido dentro da Igreja e o membro devolvido às trevas, para sua morte física, não espiritual.

Essa entrega à Satanás dos chamados cristãos convertidos, conforme registrado acima, o membro era efetivamente excluído, sendo este privado a partir de então, de bênçãos, privilégios e da proteção de Deus, o que entende-se ser sofrimento e doença física. É uma atitude muito séria, mas necessária, pois a noiva do cordeiro não pode se deixar contaminar pelo pecado de um só homem.

O segundo registro, devidamente apontado em 1 TM 1.19-20, Paulo pessoalmente narra ter entregado dois homens de nome Himeneu e Alexandre a Satanás, para serem de forma efetiva, castigados, tendo como motivo desta atitude, o pecado de terem blasfemado, negando a fé que antes, haviam confessado. Tal ato corrobora-se com o registro de 2 TM 2.17, onde Himeneu, juntamente com um homem chamado Fileto desviaram-se da verdade, declarando que a ressurreição já havia se passado, provando que Himeneu não fora um crente genuíno. Diferente de hoje?

Deus disciplinador
Quando a Igreja, por motivos evasivos, condescendentes ou simplesmente ignoram o erro, e por isso deixam de agir, Deus executa a sua disciplina, removendo, cortando do seio da Igreja aquela “árvore que não dá fruto”. Às vezes, não entendemos a disciplina exercida por Deus, mas ela é necessária e pode atingir membros ou até mesmo congregações inteiras, trazendo o juízo de Deus para si e produzir vantagens futuras.

De forma alguma podemos questionar os métodos, as formas e a justiça de Deus no trato com a indisciplina de sua Igreja, que pode chegar inclusive a morte, como foi o caso de Ananias e Safira. Talvez não houvesse questionamento sobre questões financeiras se essas pessoas não tivessem sido mentirosas, que foi o pecado principal. A vítima na ocasião não foi Pedro, não foi João, não foi a Igreja, mas sim o próprio Espírito Santo, habitando sim, na Igreja e este pecado foi absorvido por Deus, fazendo-se a disciplina com a pena capital.

Quando João escreve à Igreja de Éfeso, Deus usa o imperativo “Lembra-te”, exortando a Igreja a arrepender-se, ou seja, que mudem sua maneira de pensar e agir. Neste caso, vemos que Deus dava a essa Igreja a oportunidade de cura espiritual, mas a Igreja já sabia da conseqüência, e, se não, venho a ti e moverei do seu lugar o seu candeeiro, demonstrando assim uma visitação especial de julgamento.

Conclusão
Em síntese, Deus deseja que exerçamos nossa liberdade de escolha com sabedoria, vivendo em santidade porque senão ninguém o verá. Mas que se essa comunhão for quebrada pela ação destruidora do pecado, ele agirá, caso a Igreja não haja. Cabe a esta mesma Igreja a obrigação de estar disciplinando seus membros, pois o que ligardes na terra, será ligado no céu e o que desligardes na terra será desligado no céu.

A leitura assídua da palavra, a comunhão com a Igreja e com os irmãos, faz com que hajamos conforme a vontade do Pai, atingindo a maturidade cristã.

Autor
Thel Berbert Souza, Diácono da Igreja Metodista Unida (Bairro Planalto – Uberlândia-MG)
Bacharelando em Teologia pelo IBADETRIM - Instituto Brasileiro das Assembléias de Deus no Brasil

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