sábado, 19 de junho de 2010

A opção pelo povo de Deus - Lição 12

INTRODUÇÃO

Em um universo eclesiástico e teológico múltiplo, diversificado e globalizado, observamos aos líderes eclesiásticos e percebemos que somos desafiados a encontrar um imaculado. Muitos são inconstantes, se conformam com o presente século, e, vivem a teologia do politicamente correto.

Nem tudo o que eles dizem é verdade. 99% das profecias de hoje, são amargas, despropositadas, de protesto pelo protesto. Profecias que são meras recitações de versículos da Bíblia.

Os sermões expositivos estão cada vez mais raros, substituídos por sermões rápidos, superficiais e sem argumentação teológica. São palavras frias, despojadas da unção divina e que não levam as pessoas a se arrependerem, destina-se simplesmente a fazê-las se sentirem melhores.

Tudo o que foi profetizado pelo profeta Jeremias se cumpriu, e, quando lhe foi ofertado estar com os exilados na Bibilônia, preferiu ficar na sua terra, sem templo, sem sacerdotes e sem sacrifícios, etc. Não aceitou tratamento diferenciado.

I. AS PROFECIAS DE JEREMIAS SE CUMPREM – Leitura sugerida: Jr 39; 2Rs 22 e 2Cr 36

1. A destruição de Jerusalém – Quão triste e ao mesmo tempo surpreendente é saber que Jerusalém foi destruída! A cidade que teve os seus muros derribados, profanada, desolada. Também o santo templo foi profanado, queimado e os objetos sagrados saqueados. Os judeus foram feitos cativo e levados À Babilônia.

Num sentido prático quantos templos [humanos] não estão sendo destruídos por causa da apostasia, pecado e/ou desobediência. Deus exorta, fala pelos seus sacerdotes, mais muitos estão cauterizados e assim, ficam cativos a este mundo infernal.

2. O fiel cumprimento das palavras de Jeremias - Todas as palavras de Jeremias se cumpriram. Aqui a ênfase é dada ao fiel cumprimento das profecias, sobretudo, em função da justiça de Deus, e, também devido à desobediência, apostasia e imoralidade espiritual dos judeus. As profecias foram dadas visando conversão [Jr 36.3, 7], entrementes, não sendo assim, Deus cumpre a todas suas palavras.

Algumas profecias de Jeremias que se cumpriram:
A invasão dos Babilônios e a destruição de Israel – [Jr 4.5-7]
A destruição dos inimigos – [Jr 12.14]
O estado de calamidade de Israel ao longo da execução do juízo divino – [Jr 19.7-9]
A destruição de Israel por Nabucodonosor – [Jr 21.4-7]
Juízo contra os reis de Judá – [Jr 22.11,12,18,19,24-26, 28-30]
Duração do cativeiro de Israel na Babilônia – [Jr 25.11]
Morte do falso profeta Hananias [Jr 28.16-17]
Retorno do cativeiro – [Jr 30.3]
Destruição de Jerusalém e cativeiro [Jr 39; Jr 52]

II. A OPÇÃO DE JEREMIAS

1. Jeremias sob custódia – Mesmo sob custódia de um ímpio Deus cuidou de seu profeta [Jr 40.1,2, 4]. Não porque este profeta aconselhou os judeus a não resistirem os babilônicos e nem a fugir para o Egito, mas, isso tudo pela sua integridade e vida reta diante de Deus.

2. A teologia em boca de ímpio – Jr 40.3, 4 contém dois termos em destaque: primeiro diz “...O SENHOR, teu Deus, pronunciou este mal contra este lugar; e o SENHOR o trouxe e fez como tinha dito...”. Isto em poucas palavras é reconhecimento que Deus cumpre suas palavras. Até os ímpios reconhecem a Justiça divina.

E o outro termo: “... porque pecastes contra o SENHOR e não obedecestes à sua voz”, não está dizendo que Jeremias é o desobediente, mais que Judá é e recebeu a sua paga.

Vale lembrar aqui alguns versos:
Gn 26.28, quando Abimeleque reconhece que Deus é com Isaque;
Gn 41.38-39 quando Faraó reconhece que a sabedoria de José provinha de Deus
Dn 3.28 quando Nabucodonosor diz: "...Bendito o Deus de Sadrach, Mesach e Abed-nego..."];
Mt 27.54 quando o centurião diz: "Verdadeiramente este era Filho de Deus".

3. A opção de Jeremias – Veja este verso: Jr 40.5 "Agora, pois, eis que te soltei, hoje, das cadeias que estavam sobre as tuas mãos. Se te apraz vir comigo para a Babilônia, vem, e eu velarei por ti; mas, se te não apraz vir comigo para Babilônia, deixa de vir. Olha: toda a terra está diante de ti; para onde parecer bom e reto aos teus olhos que vás, para ali vai", realmente é dado a opção ao profeta Jeremias, porém, ele escolhe permanecer em Jerusalém destruída, sem templo, sem sacrifícios, nem levitas, sacerdotes, e, sem muros [Jr 39.8]. Em Jerusalém ficou apenas os pobres [Jr 39.10-11].

“Escolher o povo” implica em ser instrumento nas mãos de Deus para ajudar este povo a sair do cativeiro inimigo, ajudar a receber os milagres de Deus, livrá-lo dos lobos, andar junto no deserto... ensinar todas as palavras de Deus e guiar o povo à nova terra de pastos verdejantes e águas mansas...

III. COMO OS HERÓIS DA FÉ FIZERAM SUAS OPÇÕES

Vejamos suas ações:
Abraão pela fé, aceitou vontade de Deus [Hb 11.8].

José optou em ensinar seus irmãos, não os castigando, mas transformando o mau em benção [Gn 50.20].

Moisés rejeitou ao Egito e optou por Deus e seu povo [Hb 11.23-26].

Jesus Cristo sendo Deus esvaziou-se de sua glória, encarnou como homem e sofreu uma morte inglória para salvar os pecadores [Is 53; Fp 2.5-11]. Realmente escolheu o povo.

CONCLUSÃO - Jeremias trouxe as profecias, os judeus não se arrependeram, Judá é levado cativo. Jeremias prefere a sua terra e seu povo, mesmo sem templo e sem lugar de adoração.

F. A. Netto                    &                              Soli Deo Glória

Fontes
1. LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. 1.ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2008, p.190
2. BEVERE, John. Assim Diz o Senhor? Como saber quando Deus está falando através de outra pessoa. 1. ed. CPAD, 2006;
3. MERRILL, Eugene H. História de Israel no Antigo Testamento. 1. ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2001;
4. Revista Ensinador Cristão. CPAD, Nº 42, P.42;
5. GOWER, Ralph Usos e Costumes dos Tempos Bíblicos. Rio de Janeiro, CPAD, 2002,
6- Bíblia de Estudo Plenitude. São Paulo. Ed. Sbb, 200;
7- Cf. ARCHER, Gleason L. Merece confiança o Antigo Testamento? São Paulo: Vida Nova, 1984, p. 298;
8- MACARTHUR, JR., John. Ministério Pastoral, Alcançando a excelência no ministério cristão. Ed. CPAD;
9- GONÇALVES, José. As ovelhas também Gemem. 1.ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2006
10- RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p. 475;
11- KULIGIN, Victor. Dez coisas que eu gostaria que Jesus nunca tivesse dito. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.
12- ZUCK, Roy B. Teologia do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

A Excelência do Ministério - Lição 11

INTRODUÇÃO

"Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças..." - Ec 9.10

O profeta Jeremias achava-se encarcerado [Jr 36.5] e então a mandado de Deus [Jr 36.1-2], escreveu num rolo “todas as palavras” [Jr 36.2], que Deus lhe mandou profetizar contra Judá e às nações circunvizinhas, desde o principio de seu chamado, i.é., “desde os dias de Josias...” [Jr 36.2]. Para isto o profeta Jeremias usou o seu fiel escriba, Baruque [Jr 36.4-5]. No período neotestamentário denominou-se a esta função de amanuense.

Baruque cumpriu a missão que lhe foi outorgada [Jr 36.8] e foi mais além, após escrever foi corajoso e destemido ao também ler todas as profecias no templo, conforme o verso 6.

O destaque vai para estas palavras: corajoso e destemido, uma vez que o Profeta Jeremias havia sofrido, sido ferido ao profetizar estas mesmas palavras [Jr 20.2] e Baruque o sabia muito bem.

Também vemos a misericórdia e o amor divino presentes nos versos 3 e 7, quando da possibilidade de haver arrependimento da nação judaica diante das palavras de Deus e da sua ira anunciada. Contudo, até se preocuparam [Jr 36.17], mas “não temeram, nem rasgaram as suas vestess, o rei e todos os seus servos que ouviram todas aquelas palavras” [Jr 36.24]. Mais: além de não dar ouvidos, ainda o rei queimou o rolo e deu ordem de prisão a Jeremias e a seu escriba Baruque [Jr 36.23-26].

I. QUEM ERA BARUQUE

1. Pertencia à nobreza de Judá - Baruque em hebraico: "Abençoado". Sabemos pouco dele. Foi escriba e arauto, uma espécie de secretário a serviço do profeta Jeremias [Jr 32.12; Jr 36.4; Jr 51.59]. Era da tribo de Judá [Jr 51:59] e irmão de Seraías, camareiro-mor do rei Zedequias [32.12]. Foi a ele que Jeremias ditou as suas profecias relacionadas com a invasão dos babilônicos e sobre o cativeiro. Foi isto que ele leu ao povo de uma janela do templo, no quarto ano do reinado de Joaquim, rei de Judá [Jr 36.1-32]. Mais tarde, leu-o perante os conselheiros do rei. Depois este rolo foi lido ao próprio rei que, tendo ouvido apenas parte do rolo, o cortou e o atirou para o fogo que havia no braseiro da sua casa de inverno, onde ele estava assentado.

Durante o cerco de Jerusalém, por Nabucodonozor, foi ele quem guardou o auto de compra que Jeremias fez do território de Hanameel [Jr 32.12-14]. Sendo acusado pelos seus inimigos de favorecer os caldeus, foi preso juntamente com Jeremias, onde ficou até à captura de Jerusalém [586 a.C.]. É provável que tenha morrido em Babilónia.

Certamente recebeu treinamento, talvez pelo próprio Jeremias. Bem educado e preparado para escrever e ser arauto, o que fez com excelência [Jr 36.8].

2. Era um jovem culto e bem educado - Baruque escreveu e anunciou muito bem todas as profecias trazidas pelo profeta Jeremias. Usou sua erudição e unção divina a serviço de Deus, inclusive, após ser queimado o primeiro rolo, ele por ordem de Jeremias, o fez outra vez e com mais palavras ainda [Jr 36.28, 32].

II. A CORAGEM E O ZELO DE BARUQUE

1. Cuidava dos negócios particulares de Jeremias - Em Jeremias 32.10, o profeta simplesmente delegou a Baruque e confiou em seus serviços.

2. Registrava fielmente as palavras de Jeremias – Registou também todas as palavras que Deus deu ao profeta Jeremias, não somente uma vez, em um rolo que uma vez queimado teve que outra vez ser reescrito, inclusive com acréscimos [Jr 36.32].

3. Lia as palavras de Jeremias - Moisés tinha Arão, Paulo teve Tércio como escriba [Rm 16.22] e Jesus Cristo teve os autores dos Evangelhos sinóticos. O profeta Jeremias teve Baruque como excelente escriba [Jr 36.8, 21]. Este cumpriu a sua missão com excelência e êxito.

III. A EXPECTATIVA DE BARUQUE É FRUSTRADA

Ser escriba à disposição de um homem de Deus, especialmente no período veterotestamentário, e ainda, em um tempo em que espiritualmente a nação estava morta, não foi fácil. Qualquer que seja a função exercida a serviço de Deus, gera a esta servo, muitas espectativas. Nosso trabalho é fazer nossa parte, plantar, semear...

1. A frustração de Baruque – Não podemos afirmar, com base bíblica que Baruque realmente teve boas espectativas e muito menos que se frustrou diante da negativa, i.é., da falta de temor, falta de arrependimento e de mdança de atitude, por parte do povo, dos príncipes e do rei [Jr 36.3, 7, 16, 23-25]. Contudo, é razoável dizer que ele possa ter tido expectativa.

Se considerarmos o sofrimento de Jeremias em Jr 20.7-9, veremos que o profeta tinha expectativas, contudo, confiava em Deus, conforme o registro em Jr 20.11. Um verso a considerar sobre uma possível expectativa de Baruque é Jr 45.3, onde ele diz: "Ai de mim, agora! porque me acrescentou o Senhor tristeza à minha dor: estou cansado do meu gemido, e não acho descanso". Entretanto, esse cáp. trata de uma profecia divina dirigida a Baruque, como conforto e segurança em tempo de invasão inimiga a Jerusalém.

2. A destruição de Jerusalém - Baruque também esperava viver numa cidade na qual viesse a ter possessões e, onde, tranquilamente, pudesse constituir um lar. É claro que tais coisas não constituem pecado. No entanto, tal demanda, naqueles dias, fazia-se proibitiva, pois o Senhor estava para destruir tudo o que plantara (Jr 45.4). Dessa forma, ter a alma como espólio, ou herança, já era um grande negócio.

3. O tratamento recebido por Jeremias - Se esperava ele descansar sob a fama e o prestígio de Jeremias, achava-se enganado. Pois o seu senhor era tratado em Judá como traidor. Haja vista a prisão que o profeta viu-se constrangido a amargar (Jr 38.6).

4. As acusações contra Baruque - Além do mais, pesava sobre Baruque uma gravíssima acusação. Os nobres de Judá supunham que as palavras de Jeremias eram, na verdade, de Baruque. Sendo ele um jovem nobre e culto, pensavam, encontrava-se a induzir o profeta a pronunciar todas aquelas profecias contra Jerusalém e contra o Santo Templo (Jr 43.3).

IV. SUCESSO OU EXCELÊNCIA?

1. A efemeridade do sucesso - Particularmente entendo que não fica bem, não é sensato, nem é salutar esta definição de “sucesso” a um verdadeiro servo de Deus, àquele que realmente persevera na doutrina dos apóstolos [At 2.42]. Aqui, cabe uma definição com menor expressão, porém sem demérito, como por exemplo: “reconhecimento”. Via de regra, Jesus Cristo nunca valorizou o sucesso, pelo contrário fugiu dele [Mt 4.24]. Os apóstolos, Paulo e os outros o imitaram.

2. A glória da excelência – Maldito o servo que persegue o sucesso assim como Demas [2 Tm 4.10], Elimas [At 13.6-10].

O que seria hoje um pastor ou ensinador cristão excelente? Está cada vez mais raro o pastor mestre [Ef 4.11], aquele que cheio de conhecimento e de unção divina, arrebata as pessoas para dentro de seu ensino, atrai a atenção e as pessoas para ser ouvido, sem ser politicamente correto.

Exemplos dos que atraíram multidão: Jesus Cristo [Mt 7.28; Mt 8.1, 18; Mt 9.8, 33]; Paulo [At 13.45; At 14.1; 15.12]; João Batista [Mt 3.5-7] e outros.

CONCLUSÃO - Baruque cumpriu toda a sua missão com êxito. Qual seja? Escrever num rolo todas as palavras proféticas e lê-las no templo ao povo, também cuidfar dos negócios de seu senhor, Jeremias, e, depois reescrever todas as profecias.

A nós, servos de Deus, façamos o melhor que pudermos, sem esperar mérito humano e crendo que Deus é conosco.

F. A. Netto                                              &                                   Soli Deo Glória

Fontes
1. LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. 1.ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2008, p.190
2. BEVERE, John. Assim Diz o Senhor? Como saber quando Deus está falando através de outra pessoa. 1. ed. CPAD, 2006;
3. MERRILL, Eugene H. História de Israel no Antigo Testamento. 1. ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2001;
4. Revista Ensinador Cristão. CPAD, Nº 42, P.41;
5. GOWER, Ralph Usos e Costumes dos Tempos Bíblicos. Rio de Janeiro, CPAD, 2002,
6- Bíblia de Estudo Plenitude. São Paulo. Ed. Sbb, 200;
7- Cf. ARCHER, Gleason L. Merece confiança o Antigo Testamento? São Paulo: Vida Nova, 1984, p. 298;
8- MACARTHUR, JR., John. Ministério Pastoral, Alcançando a excelência no ministério cristão. Ed. CPAD;
9- GONÇALVES, José. As ovelhas também Gemem. 1.ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2006
10- RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p. 475;
11- KULIGIN, Victor. Dez coisas que eu gostaria que Jesus nunca tivesse dito. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.
12- ZUCK, Roy B. Teologia do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Entrevista com o Pastor Álvaro Alem Sanches

"t emos que deixar de lado as divergências" - Pr Álvaro

Esta entrevista com o Pastor Álvaro Alem Sanches, Presidente da Assembléia de Deus - Missão, com sede em Uberlândia, entrevista esta que foi feita, no ano de 2003, pelo Jornal "Paixão pelas Almas", órgão informativo do SEMIPA - Semeadores Missionários com Paixão Pelas Almas, da Igreja Assembléia de Deus em São José do Vale do Rio Preto-RJ. O Pastor Álvaro também preside a COMADETRIM - Convenção das Assembléias de Deus no Triangulo Mineiro.   Na foto [Pr Álvaro, à direita e o Ev Saulo Gregório, à esquerda].

Esta entrevista, foi por mim reeditada agora em função da riqueza de detalhes e por ser recheada de informações importantes acerca deste prolífico líder, o Pr Álvaro, no que norteia a Assembléia de Deus - Missão, em Uberlândia e campo, como também da SEMAP. Eu recomendo e , compensa ler.
 F. A. Netto.
Entrevista editorada por Ricardo Miranda:

Pastor Álvaro, como foi sua conversão?
Pr. Álvaro - Quando eu tinha oito anos, Jesus transformou a minha vida e a dos meus pais, apesar de ser trabalhador e honesto, meu pai Antônio de Oliveira Sanches era um homem dominado pelo álcool e pelo cigarro, além de praticante ferrenho do espiritismo Kardecista; minha mãe Maria de Lourdes Sanches era de origem portuguesa, católica praticante e idólatra doente, mas Jesus entrou em meu lar e aos 14 anos fui batizado na Igreja Batista da cidade de Mirandópolis – SP.

Como foi sua chamada pastoral?
Pr. Álvaro - Vivi na Igreja Batista até me casar, logo após, ingressei na Assembléia de Deus em busca dos dons espirituais, fui conduzido pela mão do Pr Salvador Antunes, hoje pastor na Assembléia de Deus em Varginha – MG. Após um período, na Igreja em 20Mar77 fui separado para o diaconato pelo Pr Alfredo Ruchdal, em Ipiranga – SP. Passei uma intensa busca por algo mais de Deus e em 1978 decidi ser um crente fiel, porém, não me envolver com ministério, depois de ver o sofrimento de grandes pastores. Batistas e Assembléianos que constantemente passavam na casa de meus pais decidiram me afastar do local onde nasci e me mudei para o Triângulo Mineiro, tentando fugir do risco de ter que me envolver na obra de Deus, mas Deus me cercou, e, o Pr Jose Braga da Silva pela orientação de Deus me colocou a frente da Assembléia de Deus de Centralina – MG no ano de 1979. Fui separado para o presbitério e deixei a empresa onde trabalhava e me envolvi 100% na obra de Deus, assim em 1980 fui separado para o ministério da palavra, e hoje pela misericórdia de Deus estou há dez anos frente à Assembléia de Deus de Uberlândia – MG.

Como e quando surgiu o envolvimento da Assembléia de Deus em Uberlândia com missões?
Pr. Álvaro - A Igreja Assembléia de Deus em Uberlândia sempre foi uma Igreja evangelizadora. Por aqui, passaram grandes empreendedores do Reino de Deus. No ano de 1987 pastoreei uma Igreja em Tupaciguara, campo de Uberlândia, e realizamos uma grande festa e o convidado foi o Pr Cezar Furtado, o qual encontrou o Pr José Braga e deste encontro nasceu a idéia de criar a primeira extensão do GMUH [Gideões Missionários da Última Hora]. Foi marcado o I Encontro de Missões em Uberlândia-MG dos GMUH, e assim nasce a chama definitiva da Obra Missionária na Igreja Assembléia de Uberlândia. Quando assumi a Igreja dei seqüência à obra do Senhor e, com o presidente do GMUH, Pr. Cesino Bernardino e Pr Nildair, que resolveram criar uma secretaria de missões, deixando de ser uma extensão, mas continuando juntos no objetivo de Nosso Senhor Jesus em obediência ao Ide de Jesus [Mc 16:15].

Como é dividir o tempo entre igreja, SEMAP e família?
Pr. Álvaro - Dividir o tempo é algo sensível, é preciso sensatez e sabedoria, se tratando de algo tão importante como estas três, – Igreja, SEMAP e família, pois foi assim sua pergunta [Igreja – SEMAP – Família], mas se mudar a ordem [Deus – Família – SEMAP], temos condições de atender relativamente bem, pois em nenhum momento podemos tirar Deus de 1º lugar, Ele e a sua obra, e também valorizarmos a família é à base da Igreja e da Obra Missionária. O exercício do esposo e pai não pode ser feito em virtude de ocupações excessivas. Tem como equilibrar as coisas, agora o que mais pesa para mim são as agendas e viagens.

Conte-nos um pouco como nasceu a SEMAP e a Revista Visão Missionária?
Pr. Álvaro - Ao deixar de sermos extensão dos GMUH foi necessário, por exigência de trabalho, criarmos a Secretaria de Missões Ação Pentecostal – SEMAP. Os desafios missionários continuaram, e isto, nos levou a estruturar a secretaria, e, para atingir e conscientizar as pessoas foi necessário pensar em um meio de informação, então começamos com o Boletim Informativo, depois o Jornalzinho depois surgindo a Revista Visão Missionária, como órgão informativo da SEMAP.

Hoje, quais são os ministérios da SEMAP e quantos missionários já possui no campo?
Pr. Álvaro – Hoje, temos várias atividades, além de enviar e sustentar missionários. Enquanto faço esta entrevista, a Equipe SEMAP sai de viagem para promover um Seminário sobre missões em uma igreja Assembléia de Deus aí no estado do Rio de Janeiro. Além do Seminário Mobilizador para Líderes e Vocacionados a Missões, temos realizado palestras, congressos, encontros, parcerias de apoio, literatura, transparências com estatísticas da situação global, produção de vídeos, CD’s Tributo a missões, cobertura de eventos missionários... Portanto, esta tem sido a nossa tarefa e ainda levamos o Filme Jesus em praças, escolas, clubes etc...

Hoje temos 3 famílias fora de nossa nação e recebemos recentemente 12 missionários, que estavam desenvolvendo o Projeto Radical em Parceria com a Missão Horizontes, alguns estão se preparando para voltar e outros ajudando a secretaria local. Ainda no Norte do nosso estado, norte e nordeste do Brasil, vários missionários estão atuando nessas áreas com o objetivo também de fazer conhecido o nome do Senhor Jesus.

Sendo um conferencista, qual foi a conferência que lhe chamou a atenção?
Pr. Álvaro - Muitas coisas inesquecíveis tenho, guardado em meu coração, algumas mudaram meu rumo sobre alguns conceitos missionários, outras me fizeram ver coisas que eu nunca tinha visto como pastor de Igreja, mas o que me chamou mais atenção foi uma conferência missionária em Vitória – ES, quando um preletor pregava, Deus falou fortemente comigo e exigiu que eu falasse isto onde eu fosse pregar. Deus disse: "Eis que usarei todo o meu amor e misericórdia para que meu filho seja conhecido entre aqueles que nunca ouviram falar do evangelho; mas também usarei minha justiça para tratar com aquele que me conhece e nada tem feito para que meu filho seja conhecido entre os povos não-alcançados". Isto foi forte e me chamou atenção.

Como o senhor vê o envolvimento da igreja brasileira com missões?
Pr. Álvaro - O nosso Brasil é muito grande, não dá para sentir a atitude da igreja de forma generalizada e não se deve descrever o estado da Igreja com base em uma sede ou ministério, creio que até temos nos envolvido, porém de forma desobjetivada e isto tornam difícil atingir o alvo. Temos um exemplo, que apesar de ser para o mal é eficiente, que é o da força aliada da guerra do Iraque, soldados de várias nações que se ajudaram em um só objetivo de destronizar Saddam e libertar o povo do Iraque de seu regime; soldados com cultura, armas, treinamento, nacionalidades diferentes, mas todos com um só objetivo, estabelecer a democracia.

Se deixarmos de lado as divergências convencionais, o regionalismo, o querer criar congregações em outras nações, cujo objetivo é só envaidecer de dizer que tem tantas igrejas lá fora, tivéssemos uma instituição forte com o apoio da Convenção Geral e de todo o ministério e a Igreja local, não teríamos obstáculos que não superaríamos, pois temos uma grande denominação.

Discutimos muito, sobre a união das igrejas [denominações] em favor da causa missionária, na sua opinião isto acontece ou não?
Pr. Álvaro - Falei um pouco na resposta da pergunta anterior, porém o próprio Deus diz que o reino dividido não subsiste, sabemos que a unidade é algo imprescindível no sucesso da obra de Deus. Em um dos seus sermões, o Papa João Paulo II falou a um bispo que estava preocupado com o crescimento dos evangélicos no Brasil. O bispo respondeu que não precisava ter medo deles, pois eram muito divididos; talvez este é o maior argumento do diabo. John Wesley diz que se não conseguir ser unido em tudo, sejamos pelo menos nos essenciais, eu diria pelo menos no objetivo maior, o Ide de Jesus. Eu oro para que a união aconteça, porém não devemos desanimar se isto demorar acontecer.

Suas considerações finais.
Pr. Álvaro - Agradeço a Deus pela oportunidade de expressar aqui minha sugestão, talvez não atingindo a pergunta, me perdoem! Vamos juntos fazer esta tarefa e orar uns pelos outros, e estamos aqui em Uberlândia a disposição de todos, que Deus abençoe ao Pr. Julio Cezar e toda a equipe de SEMIPA.

FONTE
http://www.semipa.org.br/secoes/entrevista/index.php?action=ler&id=115

sábado, 5 de junho de 2010

O valor da Temperança - Lição 10

INTRODUÇÃO

A didática e a metodologia moderna nos oferecem hoje um leque de opções para podermos, nós ensinadores da Palavra, atingir nossos alvos. Não é fácil arrebatar os alunos para dentro de uma lição e/ou idéia, atrair a atenção, envolver e fazer o aluno participar. Isso somente acontece se o ensinador tiver muito conhecimento, unção de Deus, experiência e sobretudo, ser um laboratório ambulante, sempre flexível à possibilidade de crescimento.

O profeta Jeremias usou o exemplo dos recabitas, exemplo de fidelidade, pois eles tinham recebido um ensino de seu patriarca e permaneceram neste ensino, diferente dos judeus, que tinham uma Lei, porém, a ignorava e assim foram disciplinados.

Fidelidade – ser fiel e permanecer firme para com princípios, alianças e/ou ensino recebido.

I. A ORIGEM DOS RECABITAS

1. Sua origem - No tempo de Jeremias os recabitas já tinham cerca de 250 anos. Tribo nômade e dedicada ao pastoreio. Em 1Cr 2.55 diz que aparentaram-se com os queneus e com os descendentes de Jetro, sogro de Moisés.

2. Seu relacionamento com Israel - Os recabitas não eram hebreus, seu patriarca Jonadabe no passado aliançou-se com o rei Jéu [reino do norte] para lutar contra os profetas de Baal, quando obteve êxito e um bom conceito de Deus, que o identifica como “tendo um coração reto” [2Rs 10.15-27]. Os recabitas estavam nas terras dos hebreus e eram fiéis às Leis de Deus e ao seu patriarca.

Isto foi um exemplo visível e forte, usado por Jeremias ao profetizar à nação judaica.

3. O encontro dos recabitas com Jeremias - Deus manda o profeta à casa dos recabitas: “Vai à casa dos recabitas, e fala com eles...”, trazê-los à casa do Senhor e prová-los, de forma que assim foi feito e não desobedeceram, cumpriram seu voto, não esqueceram-se da aliança, do ensino de seu patriarca. Isso foi um ensino marcante aos judeus, porém, continuaram rebeldes.

Hoje, nós também devemos ir à casa dos recabitas, i.é., aprender com eles. Cumprir nossa profissão de fé, quando no batismo dissemos: cremos que Jesus Cristo morreu por nós e que iríamos ser obediente à Palavra de Deus e tê-la como única regra de fé e prática.

II. O ESTILO DE VIDA DOS RECABITAS

1. Abstinência de bebidas fortes - Simplesmente obedeceram seu patriarca e não ingeriam bebidas forte.

O comentarista cita Gn 9.20-23 para lembrar que Noé depois de ser usado por Deus, plantou uma vinha, produziu vinho e embebedou-se. Já em Gn 19.32-38 as filhas de Ló embebedam o pai e mantém relação sexual com ele, dando origem aos amonitas e aos moabitas, que sempre foram abomináveis aos olhos de Deus.

Lc 1.15; 7.33 diz que João Batista não bebeu vinho; Jo 2.10 temos Jesus Cristo transformado milagrosamente água em vinho; 1Tm 3.3,8 Paulo diz que ao que aspira ao episcopado: “Não dado ao vinho...”; e, a Timóteo Paulo instrui em 1Tm 5.23: “Não bebas mais água só, mas usa de um pouco de vinho...” para servir de remédio.

Assim, temos alguns registros, passagens que dizem do uso do vinho e cada um conclua com o seu próprio entendimento. Lembrado que ingerir vinho não é pecado, senão Jesus não teria feito o milagre de transformar áqua em vinho em Jo cáp. 2.

2. Peregrinações - Este sub-tópico nos ensina que além dos recabitas não ingerirem vinho, eram também peregrinos. Nós os filhos e Deus devemos cumprir nossas alianças, votos e andar conforme a regra de fé, que é a palavra de Deus, também entendemos que estamos neste mundo de passagem, nossa pátria é celestial, logo não nos prendemos aos negócios deste mundo [2Tm 2.4]

3.Honravam a tradição de seus antepassados - Os discípulos perseveravam nas doutrinas dos apóstolos [At 2.42], que foram ensinadas pelo mestre [Mt 28.19.20] e onde a igreja perseguida foi ensinou tudo que aprendeu outrora [At 8.4].

Muitas igrejas atuais já não são nem 10% de sombra do que era na sua origem, estão cada vez mais se "conformando com este século" [Rm 12.2] e perdendo sua identidade original. Contudo, há ainda muitos firmes, fiéis ao ensino que receberam e que perseveram em ensinar e viver a palavra de Deus.

III. O EXEMPLO DOS RECABITAS

Como é urgente ter e ser bom exemplo em nossos dias. O mau exemplo da nação israelita foi um momento muito triste, uma vez que Deus insistiu em palavras pelas profecias do profeta Jeremias, foi misericordioso e compassivo. Deus fez os judeus aprender com o exemplo dos de fora e nós precisamos, a exemplo dos recabitas, ser o exemplo que Deus quer usar para constranger os pecadores a voltarem para Deus.

Os recabitas perseveraram e se mantiveram firmes no seu voto para com o seu patriarca, enquanto os israelitas quebraram a aliança com Deus. Os recabitas, não obstante não serem da linhagem de Abraão, eram obediente a Deus, enquanto os judeus, sendo desta linhagem, desobedeceram. Conquanto, os recabitas foram recompensados e isto com registro perpétuo, enquanto os judeus, para a vergonha deles, foram castigados.

CONCLUSÃO

Os recabitas foram instrumento de exemplo para os judeus, na verdade deveria ser o contrário. Devemos nós atentar para essas verdades e lembrar que nós é quem devemos ser o exemplo para esta sociedade pervertida e sem Deus.

F. A. Netto                                                                                 Soli Deo Glória

Fontes

1. LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. 1.ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2008, p.190
2. BEVERE, John. Assim Diz o Senhor? Como saber quando Deus está falando através de outra pessoa. 1. ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2006;
3. MERRILL, Eugene H. História de Israel no Antigo Testamento. 1. ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2001;
4. Revista Ensinador Cristão. CPAD, Nº 42, P.41;
5. GOWER, Ralph Usos e Costumes dos Tempos Bíblicos. Rio de Janeiro, CPAD, 2002,
6- Bíblia de Estudo Plenitude. São Paulo. Ed. Sbb, 200;
7- Cf. ARCHER, Gleason L. Merece confiança o Antigo Testamento? São Paulo: Vida Nova, 1984, p. 298;
8- MACARTHUR, JR., John. Ministério Pastoral, Alcançando a excelência no ministério cristão. Rio de Janeiro. CPAD;
9- GONÇALVES, José. As ovelhas também Gemem. 1.ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2006

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