quinta-feira, 15 de abril de 2010

Anunciando Ousadamente a Palavra de Deus - Lição 3

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Jr 7.1-11

INTRODUÇÃO

As primeiras lições basearam-se nos cap. 1 e 2. Agora o comentarista utiliza o cap.7. Motivado pelo pecado e coração obstinado do povo, o profeta repreende e exorta, pois estes escolheram os ídolos em detrimento de Deus. Os judeus não viam mais o templo como sendo sagrado e destinado à adoração. Era para eles um talismã, um trunfo, uma carta na manga [Jr 7.4; 1Sm 4.3-4]. A exortação do profeta é a de que o templo não os livraria da ira divina, mais sim, o arrependimento. Do contrário, seriam entregues aos caldeus, seu templo seria destruído, tudo seria saqueado, queimado e viriam a ser presa. O texto omite qualquer reação contrária. Realmente estavam cegos espiritualmente, de mente cauterizada [1Tm 4.2] e embrutecidos de coração!

I - JEREMIAS É CHAMADO A PREGAR NA PORTA DO TEMPLO

Porque a porta? Símples, o objetivo era alcançar os que chegavam para adorar, lembrar de seus pecados e exortar ao arrependimento, lógico, antes de entrar no templo. Ao invés de dizer: “Shalon” ou “A Paz do Senhor, irmão”, ouviu-se, arrepende-te e converte-te [Jr 7.3, 5; At 2.38; 3.19]. Dura esta palavra! Quem a aceitará? Talvez devessemos também nós mudar nossa estratégia hoje!

1. O ambiente da pregação.

A porta? Tratava-se do portão que separava os átrios. O equivalente à porta Formosa do templo de Jerusalém [At 3.2]. Digno de nota é a coragem e ousadia do profeta, o que talvez falte a muitos pregadores, ensinadores e mestres hodiernos. Certamente, não lhe faltou unção do Espírito Santo para profetizar a “todos de Judá…" [Jr 7.2]. Na realidade, o ambiente hoje não é muito diferente, pois, muitos estão chegando para adorar, mas estão frios, indiferente, rejeitam a mensagem de Deus. Mensagem que fala diretamente, convence do pecado [Jo 16.8], exorta ao arrependimento, porém, estes se defendem com seus conceitos e filosofias. São auto-didatas e auto-suficiente, biblicamente falando. Os corações estão muito duros nesses últimos dias! Já nos dias de Jesus Cristo havia ostensiva rejeição [Jo 1.11], talvez se a nossa pregação e o chamado ao arrependimento fosse nas praças, feiras, seríamos mais aceitos e  haveria mais quebrantamento! Nem na cruz, pois, um creu [Lc 23.40, 42], nem ao pé da cruz, pois, um bateu no peito e disse: "verdadeiramente, este é Filho de Deus"[Lc 23.47], nem Pilatos que foi tentado a crer [Mt 27.14], nem o rei Agripa que também foi tentado a crer [At 26.28]. Infelizmente, é a dura realidade, dentro das nossas igrejas é onde há mais corações duros!

2. Nossa responsabilidade.

Jesus Cristo disse: “Ide e pregai…” [Mt 28.19]. O apóstolo Pedro disse: “Arrependei-vos e convertei-vos para que sejam apagados os vossos pecados…” [At 3.19]. O apóstolo Paulo disse: “Prega a palavra, quer seja oportuno ou quer não…” [2Tm 4.2; 1Co 9.16]. Nossa reponsabilidade é pregar a Jesus Cristo, morto e ressuscitado pelos nossos pecados. Pregar cristocentricamente. O mal de hoje é o ser politicamente correto, i.é., dizer o que os outros querem ouvir, massagear o ego. A mensagem não pode ser triunfalista, pois, Cristo, Pedro, Paulo, Felipe, não pregaram um Evangelho de folguedo, mais de arrependimento e de quebrantamento. Será que eu e você estamos pregando este Evangelho? Pensemos mais nisto. Sugiro  aqui a leitura do livro: "A Cruz e o Ministério Cristão", do D. A. Carson, Ed. Fiel. Muito edificante mesmo! Ele nos exorta a ensinar e a pregar cristocentricamente. É o que nos falta hoje.

II - A MENSAGEM DE JEREMIAS

1. O alcance da mensagem de Jeremias.

O alvo da mensagem era toda a nação, todos, todos estavam terrivelmente perdidos, reis, sacerdotes, profetas [Jr 5.31; 7.2; 17.20; 26.10]. Hoje a mensagem deve alcançar do salvo ao perdido, do mais símples crente ao pastor da igreja. Todos, todos devem ouvir a mensagem da cruz [Os 4.6; 6.3].

2. O chamado ao primeiro amor.

Talvez aqui os versos mais contundentes sejam Jr 2.2-3, que dizem: "Lembro-me de ti, da tua afeição quando era jovem e do teu amor, quando noiva...", e, "... Israel era consagrado ao Senhor". Negaremos tão grande salvação na cruz [Hb 2.3]. Meditar em Ap 2.4-5, é antes de tudo, lembrar de quando o coração queimava, ardia [Sl 39.3; Lc 24.32] por estar na casa de Deus, ganhar almas, louvar, pregar salvação pela cruz, mais também é uma exortação, uma ordem a lembrar de onde por ventura, tenha caído, para que assim haja retorno. É também uma luta contra o orgulho pessoal, pois, o homem não gosta de se lembrar de queda por que isto o humilha e é aqui que a Palavra corta como a espada de dois gumes [Hb 4.12] e o Espírito convence e entra para fazer morada [Ap 3.20]. Os israelitas estavam surdos e cegos, rejeitaram as palavras de Deus ditas pelo seu porta-voz Jeremias.

III - JEREMIAS COMBATE A TEOLOGIA DO TEMPLO.

1. A teologia do Templo.

Os versos chave, melhor, o verso chave aqui é Jr 7.4, mais pecavam [Jr 7.9-10] e confiavam somente no amor e misericórdia de Deus, e, rejeitavam a justiça. Assemelharam-se aos filhos de Eli [1Sm 4], que pecavam na entrada do Templo, e, julgavam-se seguros levando a Arca da Aliança à guerra, iludiam-se, criam que Deus os livraria. Assim, alertemos que não basta estar de corpo presente no templo, mas, que sejamos o próprio templo de Deus, adorando em Espírito e em verdade [Jo 4.24].

2. A desmistificação da teologia do templo.

O templo e Arca da Aliança foram considerados erroneamente como escudo, lugar seguro. Deus não se compromete com templos, mas com cristãos, filhos e filhas obedientes, que com singeleza de coração o adoram. Metaforicamente, templo traduz hoje por algumas coisas como: suntuosidade, riqueza, nome, sabedoria humana, etc. É por isso que às vezes, a propaganda do culto e o nome do pregador ou cantor, são mais importantes, mais destacados do que o Evangelho de Jesus Cristo, morto e ressuscitado pelo pecador [1Co 1.18 a 1Co 2.2]. Vigiemos para que não caiamos na tentação [Mt 26.41] da auto-glorificação, egocentrismo, pavonice e essas coisas doidas deste mundo.

3. O comportamento reprovável dos judeus.

Alguns versos nos ajudam a entender melhor a depravação espiritual dos judeus naquele tempo. Jr 6.10, 19-20 diz que a Palavra de Deus era vergonha para eles e a rejeitaram. Se prostituíram espiritualmente com outros deuses [Jr 48.7, 13, 46] como Camos ou Quemos, que era um deus moabita. Adoravam também a outro deus moabita de nome Malcam ou Moloque [Lv 18.21; Lv 20.2-5; Jr 7.18, 31; Jr 19.5; Jr 49.1-3], para este deus, adoravam sacrificando seus filhos rescem nascidos numa estátua ardente. Em Jr 23.13-14, Deus denuncia os seus profetas comparando-os com os moradores de Sodoma e Gomorra. A Palavra de Deus e viva e eficaz, tem o poder de dizer ao homem que ele é pecador. Ela aponta o comportamento pecador do homem.

IV - A LIÇÃO DE SILÓ

1. As teologias modernas.

Siló aparece primeiramente em Gn 49.10 como uma profecia, depois em Js 18.1 com a tenda da congregação, i.é., o Tabernáculo, porém, a lição maior é em 1Sm 4, onde os israelitas estavam em batalha já perdendo, se lembram de que a Arca da Aliança estava em Siló, buscam-na, porém perdem a guerra e também a Arca. O final é trágico. Destaca-se a falsa segurança no Templo e na Arca da Aliança. A lição é clara, tinham o Templo e a Arca. Mas em função do pecado obstinado, desobediência e apostasia, Deus não deu vitória.

O alerta é soado também para as teologias de sermões e ensinos antropocêntricos, performances, gritarias, pavonices e outros mais, que anunciam um evangelho de folguedo, triunfalismo, profecias azedas. Para isso tudo eu tenho um conceito particular: Teologia Híbrida! A semente até nasce, mais nada produz [Lc 13.6-9].

2. O perigo de nossos triunfos.

Aquele que se glorie, se glorie no Senhor [1Co 1.29, 31]. É a Palavra e a mensagem da cruz que tem o poder [2Co 2.4-5].

Conclusão

A mensagem profética foi dada para arrependimento e juízo. Não deve ser negligenciada [Hb 2.3], omitida. A função da palavra hoje é promover arrependimento, edificação e levar todos, todos à adoração singela, mais intensa, com todas as forças da alma, todo entendimento.

F. A. Netto.

Fontes:
1 - MACARTHUR, JR., John. Ministério Pastoral, Alcançando a excelência no ministério cristão. Rio de Janeiro. 4ª ed.;CPAD, 2004.
2 - Bíblia de Estudo Plenitude. São Paulo. Ed. Sbb, 200;
3 - Cf. ARCHER, Gleason L. Merece confiança o Antigo Testamento? São Paulo: Vida Nova, 1984, p. 298.
4 - CARSON. D.A. A cruz e o ministério cristão. São Paulo: Ed. Fiel, 2009, p.176.

5 comentários:

  1. Amado de Deus eu fiquei muito grata a Deus pelas mensagem que aqui encontrei, mais Jeremias precisam se levantar em nossa geração. Onde a verdadeira palavra genuína têm dado corseira nós ouvidos de muitos,temos sim que clamar arrependei vos, como diz as escrituras. Eu creio que este é o tempo e a hora; de Pregarmos a verdadeira palavra como nunca antes foi pregada pois o Pai esta as porta e conta conosco. Que Deus o abençoe mas e mais. Já estou seguindo e tomo aliberdade de lhe convidar a me fazer uma visita se gosta siga-me
    http://ning.iT/bSnPVJ

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  2. Irmã, boa tarde! Paz...
    Fico grato pelos seus comentários e espero que seu dito se cumpra em nossos dias. Será sempre bem-vinda.

    Att.,

    F. A. Netto.

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  3. Caro irmão neto acabei de ler o seu comentario, ficou tope de linha, meus parabens, Que Deuscontinue te abençando.
    Alan Fabiano

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  4. Alan, boa tarde! Paz seja contigo e sua casa.
    Muito obrigado pela sua bonita menção a este comentário. Seja sempre bem-vindo.

    F. A. Netto.

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  5. Graça e Paz irmão,
    Muitas vezes os homens acabam se perdendo porque desviam o seu olhar do Senhor.
    Agradeço a Deus por tua vida e que o seu blog possa alcançar corações famintos da palavra de Deus.
    Fique na Paz e um ótimo início de semana.
    Joelma

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